ATRIBUIÇÃO DA MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL A JOAQUIM LAGOEIRO

segunda, 12 de junho 2006

No Dia do Município, 13 de Junho, é atribuída a Medalha de Mérito do Município ao escritor veirense Joaquim Lagoeiro, na sessão comemorativa às 19h, nos Paços do Concelho, após a inauguração da Praça do Município, encerrando as Festas de Santo António, da Cidade e do Município. Joaquim Lagoeiro, de seu nome próprio Joaquim Henriques Pereira, nasceu a 2 de Setembro de 1918 em Veiros, nas terras marinhas de Estarreja. Aí passou a meninice e a juventude. Ingressou entretanto no seminário, donde lhe provieram as primeiras influências literárias, associadas também ao facto de ter nascido e crescido em terra de emigrantes. Com obras como "Viúvas de Vivos", "Madre Antiga" e "Milagre em S. Bartolomeu", construiu o que chamou "Tríptico da Terra". Da estadia na capital surgiram, "Mosca na Vidraça", "Manto Diáfano", "As Castigadas", “Os Fraldas”, “Corda Bamba”, “Santos Pecadores”, “Almas Danadas”, “O Poço”, “Cafarnaum”, “Mar Vivo”, “Caiu um Santo do Altar”, “A Congosta”, “Ramilhete Espiritual de Estórias Profanas”, “Manual de Casos de Consciência”, “Flor de Sal – Sonetos de Amor e Escárnio”, “Uma Lágrima do Céu”, “Desconstrução”, entre outras. Hoje, reformado e residente em Lisboa, mas nunca renegando a sua terra, muito pelo contrário, Joaquim Lagoeiro tornou-se escritor de tempo inteiro. De referir, que entre outros, Joaquim Lagoeiro recebeu elogios de Julião Quintinha, Artur Portela, Tomás de Figueiredo e Urbano Tavares Rodrigues, que comparam Joaquim Lagoeiro entre os grandes valores do romance Português da segunda metade do sec. XX. “Quer-nos parecer que o escritor aure as suas virtudes na maneira directa e real como observa a vida.” – Artur Portela; “Uma aventura ideomática. Lagoeiro insere-se nessa fascinante tradição da prosa portuguesa, no melhor que a prosa portuguesa possui.” – Baptista Bastos; “É-me sempre reconfortante ler páginas nas quais o idioma é colocado no altar do coração.” – Baptista Bastos; “Escritor na verdadeira acepção.” – Tomaz de Figueiredo; “… diálogo vivo. Tão vivo e insinuante que fico a perguntar porque não foi ainda tentado pelo Teatro?” – Mário Sacramento; “… a Natureza mudada em prosa, as frases despidas de casquilhos qualificativos, a descrição que é tão luminosamente directa como o sol que se repete…” – Áppio Sottomayor. Eis Joaquim Lagoeiro, comprovada referência literária, que é nossa. “… Não falei de mim, mas da nossa terra. Alguém comentará para si: outra coisa não tem feito senão falar de si mesmo. Talvez com razão. Cito de cor José Régio: Diga o que diga, é sempre falar de Deus. Também eu, falando da nossa terra, de mim falei. Porque a nossa terra é a minha obra. Se a boca de cada um fala do que lhe vai na alma – pois bem, aqui vo-la deixo.” – in Palavras Ditas, Joaquim Lagoeiro, Set. 2002. (Texto da proposta de atribuição da medalha de mérito a Joaquim Lagoeira, da autoria do Presidente da Câmara Municipal aprovada em reunião camarária)