PORTUGAL JÁ TEM A SUA PRIMEIRA LONGA METRAGEM DE ANIMAÇÃO

segunda, 13 de novembro 2006

Na abertura do "CINANIMA - Festival Internacional de Cinema de Animação", o Centro Multimeios de Espinho encheu-se para assistir a uma ante-estreia absoluta, a primeira longa-metragem do cinema de animação português. Muito aplaudido e com um público atento e sobretudo divertido e rendido ao desenrolar da história do filme que em 74 minutos conta as aventuras do pequeno JOÃO SETE SETE, protagonista do filme. Esta ante-estreia marca a chegada de Portugal ao conjunto de países produtores de longas metragens de animação, 89 anos após a primeira longa-metragem do cinema mundial, realizada na Argentina por Quirino Cristiani, ou 80 anos após a primeira longa-metragem do cinema de animação europeu "As Aventuras do Príncipe Achmed" de Lotte Reiniger, e 69 anos após a estreia da "Branca de Neve e os Sete Anões" de Walt Disney. Toda a história se passa no distante reino do REI BARBECA que só pensa em construir uma descomunal torre. Tirano, maquiavélico, avaro de mais e mais, REI BARBECA tudo proíbe, mergulhando o reino num imenso e tristonho cinzento. Um reino onde não se pode brincar! JOÃO SETE SETE é o inesperado acendedor de lareiras do REI BARBECA. JOÃO é JOAO! Mas um dia passeando na interdita floresta de Azeméis, conhece uma menina que lhe fala dos segredos das pedras e dos mistérios do "outro lado da floresta"... Entretanto, a floresta vai-se dizimando e a infindável torre do castelo continua a subir. Será o TECTO DO MUNDO o topo de tão imensurável construção? Todas as criaturas da floresta, o GNOMO e a FADA DAS ÁGUAS, olham para JOAO como a última oportunidade. Será ele capaz? Realizado por Carlos Silva, Costa Valente e Vítor Lopes, este filme foi produzido pelo Cine-Clube de Avanca e foi integralmente fabricado no nosso país. Utilizando a mais recente tecnologia do desenho animado, é também o primeiro filme de longa-metragem produzido em todo o mundo com recurso às imagens vectoriais com aplicação de estruturas de animação. Este processo revolucionário que já vinha a ser experimentado em várias curtas-metragens e mais recentemente em séries animadas de televisão como "VAMOS CANTAR" (também co-produzida pelo Cine-Clube de Avanca), permitiu reduzir custos e tempo de produção para além de disponibilizar o filme com melhor qualidade para todas as plataformas de exibição desde a sala de cinema aos telemóveis. Mesmo assim, este filme ocupou cerca de 100 técnicos ao longo de três anos de efectiva produção e vários outros de preparação. Este é o resultado do maior projecto de sempre no cinema de animação português. A música do filme foi composta integralmente pelo Maestro António Vitorino d'Almeida, emprestando brilhantemente uma criatividade e um colorido que tornam este filme ainda mais vocacionado para toda a família, apesar de este ser um filme destinado sobretudo aos mais pequenos. Esta ante-estreia acontece na altura em que o CINANIMA comemora os seus 30 anos de existência e em que também a produtora, o Cine-Clube de Avanca, comemora igualmente 30anos de actividade ininterrupta. Com mais de meia centena de obras produzidas (de que a maioria são produções de animação), quase 300 nomeações em festivais de todo o mundo e 55 prémios ganhos na Austrália, Áustria, Grécia, Itália, Macedónia, Rep. Checa, Paquistão e Reino Unido, além de ter comercializado os seus filmes em 28 países. Os filmes do CCA foram alvo de retrospectivas em Espanha, França, Itália e Grécia. Com uma grande preocupação estética, narrativa e de produção, nos últimos anos todas as produções do CCA foram premiadas.