PRÉMIO LUSO-ESPANHOL DISTINGUE O POETA E TRADUTOR PARDILHOENSE JOSÉ BENTO

terça, 12 de dezembro 2006

O Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura foi atribuído ao pardilhoense José Bento. O galardão, na sua primeira edição e no valor de 75 mil euros, surge pela mão dos Ministérios da Cultura dos dois países ibéricos. Esta distinção bienal pretende agraciar autores, pensadores, criadores e intérpretes vivos ou entidades sem fins lucrativos que, por meio da sua acção no campo das artes, contribuam de forma significativa para o reforço dos laços entre os dois países ibéricos, Espanha e Portugal. Com este é o terceiro prémio que José Bento recebe este ano, entre os quais se contam o de tradução do Pen Clube para Dom Quixote, ex aequo com Miguel Serras Pereira, e o Hispano-Luso de Tradução concedido pela Junta da Extremadura. O júri deste ano foi constituído por seis personalidades: José Saramago, Álvaro Siza Vieira e José Adriano de Carvalho (indicadas por Portugal) e Clara Janês, José Luís Borao e Carlos Hernandéz Pezzi (indicadas por Espanha). O nome de José Bento foi proposto pela escritora espanhola Clara Janés e integrava um leque de 21 candidatos, onze de Portugal e dez de Espanha. POETA E DIVULGADOR DA CULTURA HISPÂNICA José Bento é um dos principais divulgadores da literatura hispânica em Portugal tendo começado a fazer traduções do espanhol para o português há cerca de meio século. Natural de Pardilhó, José Bento, de 74 anos, formou-se em contabilidade, mas foi na escrita e na tradução que se notabilizou, com destaque para a recente tradução de «D. Quixote de La Mancha», editado pela Relógio d’Água. PERCURSO José Bento de Almeida e Silva, nasceu a 17 de Novembro de 1932 na Freguesia de Pardilhó, Concelho de Estarreja. Fez os seus primeiros estudos em Pardilhó continuando no Porto, no Instituto Comercial. Ainda estudante colaborou no jornal "O Concelho de Estarreja" e em algumas revistas literárias de vanguarda. Em 1963/69 fez parte da redacção da revista "O Tempo e Alma". Está representado na "Antologia Portuguesa Contemporânea" organizada por Carlos Wejar. Publicou uma Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Produziu o "Silabário" (1992), que obteve o Prémio de Poesia do Pen Club Português. Em 1990, foi condecorado pelo Rei de Espanha D. Juan Carlos. Em 1992, foi condecorado pelo Presidente da República, Mário Soares. Em 1996, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal pela Câmara Municipal de Estarreja. Traduziu o Dom Quixote de la Mancha, organizou e traduziu a Antologia da Poesia Espanhola - das Origens ao Século XIX e Antologia da Poesia Espanhola do Siglo de Oro (Assírio), entre outras obras como as de São João da Cruz (Cântico Espiritual), María Zambrano, María Vitoria Atencia, Juan Jamón Jiménez, Jorge Luis Borges, Federico Garcia Lorca, Pablo Neruda e Calderón de la Barca. Em breve, será publicada a obra poética de um grande poeta espanhol (séc. XX), cujo nome não pode ainda divulgar, estando projectadas antologias de Góngora, Lope de Vega, Ruben Darío e o livro Ocnos, de Cernuda.