CENTRO DE NOVAS OPORTUNIDADES DO ANTUÃ VAI CERTIFICAR O 12º ANO

quinta, 04 de janeiro 2007

O que se aprende na vida pode ter diploma. Este é o lema do Centro de Novas Oportunidades (CNO) do Antuã que cumpriu 4 anos de actividade e que já certificou as competências de mais de 500 pessoas. Em 2007, o CNO abraça outro desafio, a certificação ao nível do 12º ano tendo sido um dos 50 centros do país seleccionados. A Câmara Municipal de Estarreja fez um reconhecimento público a esta escola dirigida aos adultos sem escolaridade. A Autarquia assinou com a Escola Secundária o protocolo de colaboração com vista ao funcionamento do CNO do Antuã, que antes se denominava Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Antes de assinar o protocolo, Júlio Castro, o Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária de Estarreja, entidade promotora do CNO, enalteceu a parceria estabelecida com a Câmara. Em 2007, o CNO do Antuã “tem pela frente um grande desafio”, ao ser seleccionado, entre 270 centros, para certificar as competências dos alunos ao nível do 12º ano. Júlio Castro mencionou outros “projectos próprios”. Em estudo estão duas parcerias. Com “um projecto idêntico da Finlândia para aprendermos mais algumas coisas” e com os Açores onde não existe CNO e “queremos partilhar a nossa experiência”. A Câmara ao renovar o acordo com a Secundária reafirma o seu “empenho em apoiar este projecto”, garantiu o Presidente da autarquia, José Eduardo de Matos, que enalteceu “o trabalho que tem vindo a ser feito”. O CNO é hoje uma referência na formação dos cidadãos menos escolarizados e contribuiu para o aumento dos níveis de qualificação formal da população activa. Atendendo ao “significado que o diploma tem para os formandos sendo uma mais valia para a sua auto estima e para melhorar a sua condição”, esta é “uma aposta ganha”, disse José Eduardo de Matos. Neste espaço estamos “a formar pessoas mais capazes contribuindo para uma terra mais culta” e dando resposta a um dos problemas sociais diagnosticado pela Rede Social, a falta de qualificações escolares e profissionais. O Vereador da Educação da Câmara vê neste centro “uma das grandes escolas do nosso concelho, atendendo ao número de pessoas que por aqui passam”. A Câmara é parceira deste projecto e vem hoje “reconhecer a importância deste grande pólo educativo” disse João Alegria na sessão de assinatura do protocolo que decorreu na Escola do Paço, espaço remodelado e cedido pela autarquia para servir de sede ao CNO do Antuã. 520 VALIDAÇÕES A coordenadora do CNO, Vera Albuquerque, fez uma apresentação sobre a actividade do centro nestes últimos quatro anos. A política deste projecto é valorizar a aprendizagem ao longo da vida. “As pessoas que abandonaram a escola foram ganhando competências” que podem ser adquiridas em vários contextos: no local de trabalho, nas vivências do quotidiano e nas instituições de ensino e formação. Através deste procedimento, os interessados podem aceder a um certificado, com base no que aprenderam pela experiência de vida, complementada por formação adicional, obtendo assim o seu diploma ao nível do 1º, 2º ou 3º ciclos. A certificação das competências ao nível do 12º ano é a novidade a introduzir neste novo ano. Até agora, inscreveram-se no centro 1730 adultos provenientes não só de Estarreja, como também de concelhos vizinhos (Murtosa, Ovar, Ílhavo, Aveiro, Sever do Vouga, São João da Madeira, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis). 523 conquistaram o diploma tendo a larga maioria obtido a certificação ao nível do 9º ano de escolaridade. A actividade do CNO tem sido crescente e o número de pessoas certificados tem vindo a aumentar de forma consolidada. Em 2006, o CNO atingiu a meta das 250 validações. E no final do ano, um total de 780 pessoas estava em processo de reconhecimento de competências. No universo de alunos validados, as faixas etárias mais representativas são as dos 25 aos 34 e dos 35 aos 44 anos. Vera Albuquerque adiantou que 72% dos adultos validados estavam empregados, 27% desempregados e 1% sem actividade e reformados. A responsável evidenciou que, passados seis meses após a certificação, grande parte dos adultos desempregados já havia encontrado um lugar no mercado de trabalho. “É bom sabermos que conseguiram atingir os seus objectivos”. O protocolo ontem assinado define a colaboração entre as duas entidades com vista ao funcionamento do CNO Antuã. A Câmara Municipal cede as instalações que servem de sede do Centro, bem como recursos materiais, para além de assegurar encargos de manutenção e de funcionamento do Centro. A equipa do CNO, constituída por 14 pessoas, aguarda luz verde para começar a certificação e validação das competências ao nível do 12º ano. As solicitações são em grande número pois centenas de pessoas já manifestaram interesse em iniciar o processo.