ACORDO COM MINISTÉRIO DA SAÚDE VIABILIZA HOSPITAL

quarta, 25 de julho 2007

O Ministro da Saúde, António Correia de Campos,  esteve em Estarreja para homologar o protocolo entre a Administração Regional de Saúde do Centro e a Câmara Municipal de Estarreja que estabelece a requalificação do Hospital Visconde de Salreu (HVS), com repercussões na Saúde do concelho e na articulação com a Protecção Civil, aspecto inovador em Portugal. O governante foi recebido na Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, pelo presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos.

O HVS centrará a sua actividade na cirurgia de ambulatório, podendo incluir a laparoscópica, no internamento de medicina e cirurgia, nos cuidados continuados, serviços de apoio que estenderá aos centros de saúde de Estarreja e Murtosa, no âmbito da patologia clínica, da medicina física e reabilitação e de consultas de ambulatório para um número acrescido de especialidades, para além das já existentes, nomeadamente com inclusão de obstetrícia/ginecologia, pneumologia, pediatria, fisiatria e de outras especialidades que o Hospital, dentro do seu perfil, entenda no futuro serem importantes para o seu desempenho. Para o efeito, serão progressivamente realizadas as remodelações físicas e funcionais que se considerem necessárias no edifício que data de 1936.

Vingou a opção do governo, pese a contestação da Câmara e da população, de até ao final deste ano, o atendimento médico de emergência, denominado consulta não-programada para casos agudos do foro ambulatório, ser assegurado das 8h00 à meia-noite. No período nocturno, entre as 24h00 e as 8h00, os casos de emergência serão encaminhados para o Hospital Infante D. Pedro, de Aveiro, ou para o Hospital de S. Sebastião, de Santa Maria da Feira.

Questão decisiva para o presidente da Câmara foi a garantia da activação, no HVS, durante 24h por dia, de uma unidade de acolhimento e de estabilização dos eventuais sinistrados, em caso de ocorrência grave no Complexo Químico.

Veiros, Canelas e também Fermelã ganham a requalificação e manutenção das respectivas Extensões de Saúde.

O governo compromete-se a reforçar o socorro e transporte pré-hospitalar dos doentes urgentes e emergentes por uma ambulância INEM com Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE), que evoluirá para uma ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), ficando a servir as populações da Murtosa e S. Jacinto. 

A criação de um Heliponto no âmbito do Plano de Emergência Externo de Estarreja é outra mais valia obtida.

O presidente da Câmara, contestatário ao encerramento das urgências à noite, olha para a decisão governamental com “natural desconfiança”, deixando o aviso que não desistirá de uma Unidade Básica de Urgências em Estarreja e de uma Polivalente em Aveiro, e alertando para a falta de capacidade de resposta de Aveiro. “Há mais marés que marinheiros”, disse. Contudo, José Eduardo de Matos decidiu assumir um diálogo responsável como forma de salvar o HVS.

“A sua aprovação unânime pelo Executivo Camarário reflecte esse sentimento comum. Nessa medida, este protocolo é, como consensualizamos em reunião conjunta de representantes partidários e Comissão de Saúde, “o possível” e “globalmente positivo”. Desde logo para o Hospital, fundado em 1936, porque lhe define uma inadiável Missão, potencia os seus recursos, o enriquece com mais meios e Consultas, possibilita obras de remodelação e, como vital ponte de confiança, garante o seu funcionamento permanente, sobremaneira no caso de uma Emergência no Complexo Químico”, referiu o autarca no discurso após a assinatura do acordo.

Para o responsável pela pasta da saúde, a existência do Complexo Químico não justifica uma unidade de urgência aberta permanentemente. “Não tem sustentação técnica e prática”, reafirmou Correia de Campos. Em caso de acidente ambiental, a função do HVS será “acolher e estabilizar os sinistrados e para isso não é preciso ter a urgência aberta”.

O Ministro da Saúde agradeceu o acto de coragem do presidente do Município. Ao aceitar o acordo, “atirou para cima de nós responsabilidades que temos que cumprir e elas estão escritas preto no branco e o senhor pode pedir-nos contas. Os compromissos são para assumir”, garantiu Correia de Campos dirigindo-se a José Eduardo de Matos e sublinhando que o protocolo assinado pretende melhorar a saúde do concelho.

No cumprimento do protocolo nos seus diversos domínios, será feita uma avaliação semestral pela ARS e Câmara.

 

Protocolo assinado entre a ARS e a Câmara Municipal de Estarreja 
http://www.cm-estarreja.pt/main/pdf/PROTOCOLO-ESTARREJA-SAUDE240707.pdf

Discurso do presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos
http://www.cm-estarreja.pt/main/pdf/DISCURSO-PRES-CMETR240707.pdf