Necessidades Educativas Especiais: Palestra alerta para a falta de formação
Em dia de abertura oficial do Ano Lectivo, os agentes educativos contactaram com alguns dos meios que podem potenciar ao longo do ano, nomeadamente o programa “À Conversa Sobre” e a Casa Museu Marieta Solheiro Madureira, situada na cidade.
A conferência “À Conversa sobre” abordou as necessidades educativas especiais e dificuldades de aprendizagem específicas, com a presença de Helena Serra, coordenadora da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, presidente da direcção da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas e vice-presidente da Associação Portuguesa de Dislexia.
A palestrante lançou alguns alertas para uma sociedade que ainda está a falhar perante o indivíduo com deficiência. Intervir precocemente em qualquer tipo de deficiência, ter profissionais competentes, criar condições de acesso a equipamentos e novas tecnologias específicas e contemplar a formação para professores são medidas urgentes que Helena Serra defende.
A insuficiência numérica de técnicos de ensino especial e de psicólogos e a falta de formação dos professores do apoio educativo são lacunas graves do sistema.
A oradora distinguiu 3 tipos de problemas: deficiência, dificuldades de aprendizagem específicas e crianças sobredotadas. Helena Serra considera que “estamos a deixar de lado crianças que não sendo deficientes têm necessidades educativas especiais. O abandono, o insucesso escolar e a marginalidade alimentam-se dos problemas de baixa intensidade mas com alta incidência”, alertou a especialista referindo que estamos a falar de 10 a 15% das crianças do sistema educativo. “As escolas têm que saber lidar com estas crianças que têm direito a respostas certas”, exige.