Novas Oportunidades: CNO do Antuã entrega 1º diploma do 12º ano

quarta, 27 de fevereiro 2008

António Silva, 39 anos, fica na história do CNO – Centro de Novas Oportunidades do Antuã por ter sido o primeiro a conseguir a certificação de competências ao nível secundário. O presidente da Câmara Municipal de Estarreja, José Eduardo de Matos, com o vereador da Educação, João Alegria e o presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária, Jorge Ventura, presenciaram o acto e acompanharam o Júri de Validação de Competências.

Estas entidades, em 2004, instalaram o  Centro RVCC (Reconhecimento e Validação de Competências e Conhecimentos) na Escola do Paço ou Conde Ferreira, então desactivada do ensino básico.

A seguir os passos do António estão perto de mil adultos que já se inscreveram no CNO do Antuã para o nível secundário. 

António Silva não esquecerá o dia em que foi submetido ao Júri de Validação concluindo com sucesso o seu processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) ao nível secundário.

Com uma apresentação exemplar, onde falou sobre o seu percurso de vida e o processo de RVCC, este operário fabril de Albergaria-a-Velha foi bastante elogiado pela equipa multidisciplinar do CNO e pelos elementos do júri pelas competências demonstradas e por atestar ser um verdadeiro cidadão que quer sempre continuar a aprender, naquele que é o verdadeiro espírito e perfil subjacente ao RVCC. “Ele é o exemplo de que vale a pena haver o processo de RVCC ao nível secundário”, referiu um dos profissionais de RVCC.

A equipa do CNO viveu um momento marcante e António Silva não deixou de dirigir uma palavra de agradecimento aos formadores que sempre o apoiaram e estimularam.


Percurso vem de 2006

Em 2006, António foi um dos 544 inscritos que conseguiu a validação ao nível do 9º ano (nesse ano foram validados 273 adultos) também através do processo de reconhecimento de competências. Nessa altura já se falava na possibilidade de alargar o processo ao nível secundário.

Não obstante os seus 25 anos de vida activa, António continuou a ganhar mais competências e a frequentar cursos de formação profissional até que, o ano passado, o CNO foi acreditado para a validação ao nível do 12º ano. Em Junho, este aluno iniciou o processo que levou a bom termo conseguindo, passados 8 meses, o tão ambicionado diploma.

Aos olhos de José Eduardo de Matos, António Silva representa o esforço de todos os elementos do CNO neste novo patamar e é um bom exemplo de cidadão cujos conhecimentos e aprendizagem ao longo da vida lhe conferem uma certificação. O autarca confessou o seu orgulho por ser um dos fundadores do actual CNO, que funciona na antiga Escola Primária Conde Ferreira, cedida pelo Município. Para o presidente da Câmara a experiência de vida é fundamental e deve ser valorizada.

O primeiro Júri de Secundário teve direito a assistência alargada e a coordenadora do CNO, Vera Albuquerque, explicou os motivos. “Este é um processo em que eu acredito, é um processo credível e rigoroso” que pode dar um forte impulso na qualificação da região uma vez que o CNO abrange não só Estarreja como também municípios vizinhos. E a responsável não deixou passar em branco esta data, convidado os parceiros do projecto a testemunhar o momento.

 


RVCC [www.novasoportunidades.gov.pt]

O Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências é um processo através do qual são reconhecidas as aprendizagens que os adultos desenvolvem ao longo da vida, nos vários contextos em que se inserem, desde que sejam passíveis de gerar conhecimentos e competências.

Através deste procedimento, os interessados podem aceder a um certificado, emitido com base no que aprenderam pela experiência de vida, fora dos sistemas formais de educação e formação. Pretende-se, desta forma, aumentar o nível de qualificação e de empregabilidade dos adultos activos, incentivar a formação ao longo da vida e promover o seu estatuto social.

Em termos específicos, o processo permite que cada adulto possa ver reconhecidas as competências que adquiriu.

O processo de RVCC é desenvolvido com base num referencial de competências-chave de educação e formação de adultos de nível básico ou de nível secundário e com o acompanhamento de uma equipa técnico-pedagógica (profissionais de RVC e formadores das áreas de competências-chave). A validação das competências é formalizada numa sessão de júri, conduzindo à emissão de um certificado e/ou diploma.