Baixo Vouga Lagunar: Autarcas reclamam concretização do projecto de defesa da zona

segunda, 10 de março 2008

Os Municípios de Estarreja, Aveiro e Albergaria-a-Velha querem reunir com os Ministros da Agricultura e do Ambiente para a definição de urgentes passos para a concretização do Projecto de Desenvolvimento Agrícola do Baixo Vouga Lagunar, iniciado há mais de duas décadas, mas que se encontra parado há vários anos. Os presidentes das câmaras dos municípios de Estarreja, José Eduardo de Matos, de Aveiro, Élio Maia, e de Albergaria, João Agostinho, entregaram ao Governador Civil de Aveiro, Filipe Neto Brandão, o dossier que defende o premente reinício do projecto.

Numa exposição aos Ministros da Agricultura, Jaime Silva, e do Ambiente Francisco Nunes Correia, os autarcas salientam que “a não conclusão das infra-estruturas previstas poderá pôr em risco ou tornar inúteis uma série de elevados investimentos já realizados”.

E afirmam que a “sua não concretização terá consequências desastrosas para esta área”, nomeadamente o “abandono do dique já construído (4 kms)” e a “perda de milhares de hectares dos mais férteis campos agrícolas e dos mais ricos do ponto de vista ambiental (como comprova o Projecto BioRia)”. Por isso defendem a classificação de PIN – Projecto de Interesse Nacional.

Enquanto o projecto não avança, vai-se assistindo à constante degradação da área, resultante da invasão da água salgada. O Baixo Vouga Lagunar é uma zona de grande valor agrícola e ambiental da qual depende um grande número de agricultores e famílias (cerca de 4.000 explorações agrícolas) e onde se podem encontrar importantes ecossistemas que são suporte de várias espécies, algumas das quais protegidas, integrando a Rede Natura 2000 – Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro.

O projecto contempla a defesa e conservação de 3.000 ha de solos agrícolas, pertencentes aos municípios de Estarreja, Aveiro e Albergaria, contribuindo para impedir o sucessivo abandono de terrenos extremamente férteis e consequente desaproveitamento económico de produção, gerando impactos negativos ao nível social e ambiental, como reiteradamente sublinhado pela Associação de Beneficiários do Baixo Vouga, entidade que congrega os interesses dos milhares de proprietários e agricultores envolvidos, verdadeiros “actores” e gestores de um espaço e de uma actividade agrícola que se pretende viabilizar como forma de se preservar e promover o ambiente.