Emprego e Educação são prioridades no terceiro mandato de José Eduardo de Matos

Tomada de posse dos novos Órgãos Autárquicos Municipais

quarta, 28 de outubro 2009

José Eduardo de Matos, eleito para o terceiro mandato à frente dos destinos da Câmara Municipal de Estarreja, elege o emprego e a educação como pilares fulcrais para os próximos quatro anos de governação autárquica. O Salão Nobre dos Paços do Concelho recebeu na última noite a tomada de posse do novo executivo camarário e dos membros da Assembleia Municipal.

Na sequência da vitória com maioria absoluta à frente da coligação PSD/CDS-PP, no sufrágio eleitoral de 11 de Outubro, José Eduardo de Matos parte para o seu terceiro e último mandato.

“Cabe-nos criar ambientes propícios à nova geração de empresários, estabelecer pontes com a Universidade e capitalizar vantagens competitivas em liderança”, afirmou José Eduardo de Matos no seu discurso de tomada de posse, destacando um alicerce na prossecução deste objectivo: o Eco-Parque e o seu efeito multiplicador na fixação dos jovens e na dinâmica comercial e urbana. Um pacote de projectos, inclusive a uma escala regional, vai estimular negócios e a aquisição de competências: o Parque de Ciência e Inovação, em parceria com a Universidade de Aveiro (UA), as Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação e a Incubadora de Empresas.  

Em paralelo, novas respostas sociais apostam na qualificação das pessoas e integração através do GIP – Gabinete de Integração Profissional, das Bolsas e dos Estágios para jovens.

A Educação é uma prioridade assumida pelo presidente da Câmara Municipal que antevê uma “excelente Escola Secundária de Estarreja única, requalificada totalmente pela Parque Escolar, a partir de 2010, com a paralela criação de 4 Centros Escolares/Escolas Básicas Integradas, já todas em obra ou em projecto” e para os quais está garantida a comparticipação europeia.

A Cultura, o Desporto e o Património Natural são também áreas de eleição para José Eduardo de Matos que evidenciou a Casa Museu Egas Moniz, os equipamentos desportivas com destaque para a nova Piscina Municipal, o BioRia, “o renascer das nossas Ribeiras (todas a intervencionar) e do nosso Parque do Antuã (quase a atravessar o rio)”.

O Ambiente mereceu também referência de destaque. “A Reserva Municipal da Frente Lagunar de Estarreja, o Eco-Centro, a Agenda 21 Local ou a Energia, com lugar crescente nas políticas futuras, antecipando as alterações climáticas”, integram as linhas programáticas nesta área tão relevante para o município.

No âmbito de acções já desenvolvidas “um desafio nosso à Murtosa e a Ovar, fez nascer o Projecto CicloRia”, sendo que no dia 6 de Novembro “vamos intervir numa conferência sobre “Lazer e Turismo Ciclável em Portugal”, a realizar na UA. Outra palavra de ordem é prosseguir com o trabalho desenvolvido ao nível do Saneamento, Espaços Verdes, Limpeza Pública e Reabilitação Urbana.

Na Rede Viária merece atenção especial dando-se continuidade ao trabalho feito com mais de 700 vias intervencionadas. Outro objectivo essencial passa pela concretização da Circular à Cidade, da beneficiação da EN 109, da ligação da Variante Norte à Estrada para Ovar e à Estrada para a Murtosa, para além da obra a iniciar na Estrada entre Veiros e a Ponte da Varela.

Duas contendas se avizinham, o TGV e as portagens na A29. Quanto ao projecto ferroviário, “vamos todos dizer o que sentimos com tal impacto negativo. A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro também vai participar”. A introdução de portagens na A29 “tem recusa municipal e regional”.

A organização interna da Câmara e as finanças municipais também não foram esquecidas. “Queremos manter o nosso Município como dos melhores em gestão financeira, económica, patrimonial e orçamental”, afirmou.

Marco Braga preside à Assembleia Municipal
 
A cerimónia englobou, igualmente, a tomada de posse dos 21 membros da Assembleia Municipal, que se reuniu logo de seguida em sessão ordinária, tendo como ponto único na ordem de trabalhos a eleição da Mesa da Assembleia, que neste novo mandato é liderada por Marco Braga, tendo como 1º Secretário Mário Simão e como 2ª Secretária Paula Brandão, eleitos pela coligação PSD/CDS-PP.

Antes da instalação da nova Assembleia, o presidente cessante, Alcides Sá Esteves, felicitou os eleitos desejando que o novo ciclo leve a “almejar patamares de excelência”. Deixou também o pedido para que os eleitos tenham “omnipresente a preocupação de fazer a diferença no nosso concelho”. Apesar do seu mandato terminar, “a obrigação e esforço de dignificar a nossa terra não termina hoje”. Alcides Sá Esteves manterá sempre “a responsabilidade de representar com dignidade a nossa comunidade e a nossa terra”.

Marco Braga substitui Alcides Sá Esteves na liderança da Assembleia Municipal. Prometeu trabalhar “com disciplina, respeito e com sentido de responsabilidade”.


Evocação ao Prémio Nobel da Medicina

O 60º Aniversário do primeiro Prémio Nobel português atribuído a 27 de Outubro de 1949 a Egas Moniz foi evocado na cerimónia pelo sobrinho-neto do cientista, António Macieira Coelho. Esta é uma data que faz parte da História de Estarreja e de Portugal. “(…) há sessenta anos Egas Moniz teve a satisfação do mais elevado reconhecimento internacional recebendo o Prémio Nobel da Medicina e da Fisiologia e o País ficar enaltecido ao ser contemplado pela primeira vez com tão honrosa distinção”.

Mas o homem da Ciência e neurologista emérito assumiu também um papel importante como político e diplomata. A Câmara Municipal lançou um Opúsculo apresentando um Excerto do Livro “Egas Moniz, Perfil Político”, por António Macieira Coelho (1999), numa edição comemorativa dos 60 Anos da Atribuição do Prémio Nobel da Medicina.

“Egas Moniz, nascido neste concelho, daqui partiu para as muitas realizações de uma vida cheia de objectivos e sucessos fruto de uma vontade indomável para muitas conquistas. Entre elas também a vida política. Depois de deputado e parlamentar por Estarreja, guindou-se aos mais altos lugares no decurso da I República e no consulado sidonista. Embora a interrompesse por circunstâncias ocasionais que o levaram ao prosseguimento exclusivo na ciência neurológica, nunca se desinteressou da acção política pondo a sua inteligência numa intervenção que a apreciação crítica à II República, às vezes causticante, provava não descurar”, contou Macieira Coelho.