Município em luto: Faleceu o escritor Joaquim Lagoeiro

sexta, 11 de março 2011

Faleceu esta manhã,  o escritor veirense Joaquim Lagoeiro, com 92 anos. Medalha de Mérito do Município em 2006, Joaquim Lagoeiro, de seu nome próprio Joaquim Henriques Pereira, nasceu a 6 de Setembro de 1918 em Veiros, nas terras marinhoas de Estarreja. Aí passou a meninice e a juventude.

Ingressou entretanto no Seminário, donde lhe provieram as primeiras influências literárias, associadas também ao facto de ter nascido e crescido em terra de emigrantes.

Com obras como "Viúvas de Vivos", "Madre Antiga" e "Milagre em S. Bartolomeu", construiu o que chamou "Tríptico da Terra".

Da estadia na capital surgiram, "Mosca na Vidraça", "Manto Diáfano", "As Castigadas", “Os Fraldas”, “Corda Bamba”, “Santos Pecadores”, “Almas Danadas”, “O Poço”, “Cafarnaum”, “Mar Vivo”, “Caiu um Santo do Altar”, “A Congosta”, “Ramilhete Espiritual de Estórias Profanas”, “Manual de Casos de Consciência”, “Flor de Sal – Sonetos de Amor e Escárnio”, “Uma Lágrima do Céu”, “Desconstrução”, entre outras.

De referir, que entre outros, recebeu elogios de Julião Quintinha, Artur Portela, Tomás de Figueiredo e Urbano Tavares Rodrigues, que comparam Joaquim Lagoeiro entre os grandes valores do romance Português da segunda metade do sec. XX.

TINHA 2 OBRAS PARA LANÇAR EM 2011

Reformado e residente em Lisboa, mas nunca esquecendo a sua terra, muito pelo contrário, Joaquim Lagoeiro tornou-se escritor de tempo inteiro. Vinha sempre que podia e, sobretudo, mantinha contínua relação escrita com os periódicos locais.

Em 2010 publicou duas obras: primeiro “Erótica e Satírica”. E ainda “O Baile”, que razões de saúde impediram de lançar em Janeiro passado, na celebração da Elevação de Estarreja a Cidade.

Já hospitalizado, tinha agora acabado de rever “Português sem mestre III”, a sua assumida última criação. Declarou,  tão à sua maneira, que estava mais leve, já podia voar…

A morte de Joaquim Lagoeiro representa uma insubstituível perda cultural e um momento de sofrimento e consternação, a que a Câmara Municipal se associa com pesar.

A Bandeira do Município estará a meia haste em sinal de luto e de  reconhecimento à memória do escritor.


Obras do autor

. Romances
Viúvas de vivos, 1947
Os Fraldas, 1951
As Castigadas, 1953
Corda Bamba, 1955
Mosca na Vidraça, 1959
O Manto Diáfano, 1961
Santos Pecadores, 1965
Madre Antiga, 1968
Almas Danadas, 1970
Milagre em S. Bartolomeu, 1972
O Poço, 1974
Cafarnaum, 1974
Mar Vivo, 1998
Caiu um Santo do Altar, 1999
A Congosta, 2000

. Contos e Novelas
Ramilhete Espiritual de Estórias Profanas, 2001
Manual de Casos de Consciência, 2002
Desconstrução, 2003
Assim no Céu como na Terra, 2006
O Baile, 2010

. Contos Infantis
Uma lágrima do Céu, 2002
Estórias Pequeninas, 2008

. Crónicas Linguísticas
Português sem Mestre, 2007
Português sem Mestre 2, 2009

. Poesia
Flor do Sal – Sonetos de Amor e Escárnio, 2004
João, 2006
Erótica e Satírica, 2010

. Varia
Palavras Ditas, 2002
Tomaz de Figueiredo, 2003