Filmes de Avanca em Itália num dos mais antigos festivais de cinema do mundo

Três filmes produzidos ou co-produzidos pelo Cine-Clube de Avanca e Filmógrafo fazem parte da competição oficial do “65° Montecatini International Short Film Festival”, um dos mais antigos eventos de cinema do mundo. Os filmes serão exibidos  no Cinema Teatro Imperiale de Montecatini, na Toscana italiana.

segunda, 10 de outubro 2016


Montecatini é o festival de cinema de curta-metragem mais antigo do mundo e o segundo mais antigo de Itália, após o Festival Internacional de Cinema de Veneza.

Este evento foi criado com o objetivo de atuar como um ponto de referência para o cinema independente em Itália e possui entre os vencedores e numerosos convidados de honra que enriquecem a sua história, personalidades entre os maiores na paisagem cinematográfica e cultural italiana e internacional, como Alberto Sordi, Giulietta Masina, Nanni Moretti, Pupi Avati, Marco Bellocchio ou Rutger Hauer.

Neste festival serão exibidos filmes produzidos por Avanca e abordam a animação, a ficção e o cinema experimental entre a dança e a ficção.

GALOPE de Raquel Felgueiras é uma animação que num único e breve minuto tenta relatar a evolução da História através da imagem de um cavalo. Ao mesmo tempo, este filme procura estabelecer uma relação desta imagem com a evolução do cinema. Dos desenhos rupestres aos jogos ópticos, com o cavalo sempre presente. Como se o cinema tivesse no cavalo o seu animador por excelência. Este filme teve a sua estreia no Festival de Cinema de Avanca.

LANDING de Filipe Martins é um projeto híbrido entre o vídeo-dança e a narrativa ficcional, que também teve a sua estreia no Festival de Cinema de Avanca. A partir de uma interpretação do trabalho coreográfico de Né Barros, personagens metafóricas cruzam-se numa história contada através dos gestos, dos corpos e dos lugares. Neste filme, o grande conflito que atravessa este percurso da vida é o da aterragem sempre incompleta: a aterragem que não será afinal mais do que a chegada a um estado de coisas, a uma imobilidade definitiva. É o eterno conflito entre o arrebatamento das paixões e a aspiração oculta à serenidade, ao equilíbrio, ao conformismo e à morte. Este filme foi co-produzido pelo Ballet Teatro do Porto.

RETRATO, SOMBRA, GRITO de Ana Luísa Vale é uma ficção, que teve a sua estreia no Fantasporto. Neste filme, um homem fotografa uma mulher sentada a ler num jardim. O que parece uma premissa simples divide-se em três perspetivas que relacionam a fotografia com o cinema. A câmara, o olhar, a consciência do espetador, é tudo um espreitar rápido sobre o visor, que expõe a nudez da realidade e a torna numa ficção. Esta obra foi co-produzido pela ESAP – Escola Superior Artística do Porto.

Estas obras integram o projeto de produção cinematográfica que em Avanca tem permitido uma produção regular de cinema entre 10 a 12 filmes ao ano. É também neste contexto que surgiu em 1997 o Festival de Cinema AVANCA que comemorou este ano a sua 20ª edição, afirmando-se como um evento único no país. O festival tem procurado ao longo da sua existência exibir de forma eclética uma seleção da mais recente produção do cinema mundial.