60 Anos da Atribuição do Prémio Nobel a Egas Moniz

REEDICÃO DO LIVRO “A NOSSA CASA”

sexta, 24 de outubro 2008

Na próxima segunda-feira, dia 27, pelas 15h, a Câmara Municipal de Estarreja, promove uma Sessão de Apresentação da Reedição do Livro “A Nossa Casa”, na abertura das comemorações do 60º Aniversário da Atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz.

Programa

. Apresentação do Programa das Comemorações dos 60 anos da Atribuição do Nobel da Medicina

. Apresentação da Reedição do Livro “A Nossa Casa”

. “A Casa Museu vista pelos alunos da Escola Prof. Dr. Egas Moniz”

. Encerramento

 

“A NOSSA CASA” – PREFÁCIO DA REEDIÇÃO

Quisemos marcar o início das comemorações dos 60 anos da Atribuição do Prémio Nobel da Medicina ao Cidadão António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz relembrando a sua obra mais bairrista, próxima e afectiva. Nesta quase vulgar história de vida, misto de simplicidade aldeã, determinação pessoal e consagração profissional, o seu título bem podia ser “Como um Menino de Avanca se tornou Nobel da Medicina”.

Muitos quadros e retratos perpassam nestas folhas, biográficas, românticas e familiares, fazendo-nos imaginar, recordar, sorrir, comover, perceber e sentir o ser humano que aqui nos escreve e se descreve. À ciência e ao conhecimento, hoje tão na moda, deve a notoriedade e reconhecimento, pese a sua existência ter sido tão dividida, intensa e multifacetada, com diferentes etapas, como se não houvesse um, mas vários Egas Moniz, tal a dimensão do seu ego.

E, fazendo-nos reflectir, essa importância do saber foi-lhe muito cedo imposta, como nos ensina: “Levaram-me a cavalo pelos areais que ao tempo, separavam Avanca de Pardilhó. Chorei muito à partida, como se fosse para o Brasil. No momento em que abracei meus Pais, estes também se comoveram, embora com a discreção de pessoas conhecedoras da vida. Bem sabiam que aquele afastamento representava a cedência da minha educação a quem dava mais garantias de a poder levar ao fim, como veio a suceder”.

São estas e outras lições ou sensações que desta Casa se libertam, convergindo para alicerçar a admiração pela personagem do autor e pela centralidade da Casa Museu na projecção da sua extraordinária vida e obra. E, num momento em que já rareiam aqueles, familiares ou contemporâneos, que ainda o conheceram, gostaria de significar nesse seu privilégio este outro de podermos assim reviver, conviver e mesmo, permitam, dizer-lhe: “Obrigado, Professor Egas Moniz”. E ele, esboçando um sorriso bondoso, acenar afirmativamente.

José Eduardo de Matos