Património Edificado

O Concelho de Estarreja possui notáveis exemplares de “Arte Nova”, corrente arquitetónica e artística da autoria de conceituados autores como Ernesto Korrodi, Francisco da Silva Rocha, Jaime Inácio dos Santos e José de Pinho. Desta corrente, merece especial destaque a Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, a casa de Francisco Maria de Oliveira Simões, em Salreu e alguns exemplares situados na Avenida Visconde de Salreu, em Beduído.

ESTARREJA – ARTE NOVA – HISTÓRIA

A Arte Nova surge, em finais do século XIX, como uma reação ao academismo. Não estamos perante uma fórmula arquitetónica tipificada, mas, antes, no recurso a utilizações decorativas à base de linhas curvas, de motivos vegetalistas, ou de determinados animais e sobretudo da figura feminina, numa conjugação de formas e cores que pretendem rasgar novos horizontes artísticos e romper de vez com o convencional.
 
Fruto das correntes locais mais diversificadas, encontramos na utilização dos azulejos de fachada, dos gradeamentos de ferro, das molduras de portas e janelas e dos vitrais, motivos para a arte dos projetistas se expressarem, indo ao encontro dos clientes oriundos de uma burguesia em ascensão económica que em muitas cidades e concretamente no Distrito de Aveiro se desenvolveram edifícios marcadamente deste estilo.

Tirando partido da produção artística de azulejo, das fábricas do Côjo, da Fonte Nova, Aleluia e das Olarias de Aveiro, entre outras, a arquitetura da Arte Nova encontra aqui características muito peculiares para poder expressar no traço do azulejo toda uma plasticidade e cromatismo que a enriquecem.

Apesar de surgida nos finais do século XIX, tardiamente chega a Portugal, onde se prolonga por vários anos e se acaba por miscigenar com correntes posteriores. É todo este circunstancialismo que torna a Arte Nova da região de Aveiro muito própria, em particular o concelho de Estarreja.


AVANCA

Casa Museu Egas Moniz

 

Reconstruída em 1915, segundo projeto do arquiteto Ernesto Korrodi revela o estilo eclético do seu projetista, onde a par de apontamentos Arte Nova, nomeadamente ao nível das cantarias, do ferro e de alguns elementos e do espólio artístico, já existem algumas abordagens próximas da “Casa Portuguesa”.

BEDUÍDO

Avenida Visconde de Salreu

Nesta avenida, bem como nalgumas ruas adjacentes, podem ser observados alguns edifícios com abordagens Arte Nova.

SALREU

Casa de Francisco Maria de Oliveira Simões

Projetada por Silva Rocha, esta é constituída por três corpos, sendo o corpo central o mais ornamentado. Uma escada perpendicular ao imóvel dá acesso a uma loggia. No piso superior, a varanda assenta em dois arcos de colunas coríntias.

Os corpos laterais possuem um friso de azulejos policromos e, o central um painel, também em azulejo, com motivos florais e figuras mitológicas. O conjunto é coroado por três elementos arquitetónicos, nos ângulos e no vértice do corpo central.