NESTLÉ ANUNCIA INVESTIMENTO EM AVANCA

quarta, 10 de março 2004

O Presidente da República presidiu, em Avanca, ao encerramento das comemorações dos 80 anos da NESTLÉ Portugal. Jorge Sampaio visitou a fábrica “onde tudo começou”. Na Sessão Solene realizada nas instalações da multinacional em Avanca, o Administrador Delegado, Enrique Almasqué, anunciou um novo ciclo de investimento na fábrica avancanense. “Esta Fábrica de Avanca, de elevada performance no contexto europeu, está a desenvolver esforços no sentido de captar investimentos que lhe possibilitariam aumentar de forma significativa a sua capacidade de produção para consumo interno e exportação”, adiantou o representante da multinacional suíça do ramo alimentar. A ampliação da unidade fabril irá implicar o investimento entre 10 a 15 milhões destinados à duplicação da capacidade de produção de cereais e das farinhas lácteas e não lácteas. Mais de 25% da produção efectuada na Fábrica de Avanca destina-se à exportação. Nos últimos quatro anos, a NESTLÉ realizou mais de 50 milhões de euros de investimento na globalidade dos negócios do grupo em Portugal. A NESTLÉ está “presente em múltiplas áreas da cadeia alimentar, sendo uma importante força económica do País, com as suas cinco fábricas e quase 1500 colaboradores”, sublinhou Jorge Sampaio. O Chefe de Estado espera que Portugal continue a ser “um centro de investimento e de progresso das várias linhas de produção da NESTLÉ em Portugal”. Para o Presidente da Câmara de Estarreja, José Eduardo Matos, a visita do Chefe de Estado reconhece “a força e tradição empresarial do Concelho de Estarreja que agora se reforçam com o Parque Eco – Empresarial em construção. Relativamente à NESTLÉ, a visita confirma os próximos 80 anos com o crescimento anunciado em que a autarquia está a interagir através da elaboração do Plano de Pormenor da NESTLÉ que permitirá a futura ampliação da unidade fabril de Avanca”. Em relação aos impostos aplicados no nosso país, Jorge Sampaio lembrou que “só será possível baixar os impostos quando houver sucesso no combate à evasão fiscal, o que ainda não acontece”. O Presidente da República respondia aos apelos do Administrador Delegado da maior empresa alimentar do mundo. “A equidade fiscal, a simplificação dos processos e procedimentos administrativos e a eficiência judicial são, em nossa opinião, factores – chave para a competitividade portuguesa aquém e além – fronteiras e para o futuro empresarial nacional”, disse o representante. Enrique Almasqué mostrou-se preocupado com a “situação grave de desigualdade no tratamento fiscal concedido em Portugal a este tipo de produtos, sujeitos à taxa supletiva de IVA de 19% por contrapartida de um tratamento fiscal mais favorável concedido noutros países da Europa e em especial em Espanha, originando situações de concorrência desleal particularmente sentidas em zonas trans – fronteiriças”. A Secretária de Estado da Indústria, Rosário Ventura, referiu que essas são questões que estão a ser analisadas, lembrando que “esta é uma realidade de muitos anos que não é possível mudar de um dia para o outro”. No que toca à burocracia, a reforma da administração pública, nomeadamente no Ministério da Economia, já deu alguns frutos. Rosário Ventura, deu o exemplo do licenciamento industrial. “Hoje o prazo médio de licenciamento de uma empresa normal é de 30 dias” quando antes chegava a demorar um ano e meio.