OPOSIÇÃO AO ENCERRAMENTO DAS URGÊNCIAS

MUNICÍPIO ARGUMENTA CONTRA ESTUDO TÉCNICO

segunda, 13 de novembro 2006

UNIÃO DE ESFORÇOS PELA MANUTENÇÃO DO SERVIÇO DE URGÊNCIAS DE ESTARREJA. NO ÂMBITO DA DISCUSSÃO PÚBLICA QUE DECORRE ATÉ DIA 30 DESTE MÊS, O MUNICÍPIO VAI APRESENTAR AO MINISTÉRIO DA SAÚDE UMA CONTESTAÇÃO FUNDAMENTADA PELA MANUTENÇÃO E MELHORIA DO SERVIÇO DE URGÊNCIAS (SU) DO HOSPITAL VISCONDE DE SALREU (HVS). O Presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos, tem levado a cabo diversas diligências, bem como reuniões e contactos com inúmeras entidades, para que não se materialize o pior cenário: o fecho do SU, medida que afectará 50 mil habitantes. Essa possibilidade é fortemente contestada. A Câmara Municipal de Estarreja tem insistido junto do Ministério da tutela e exige uma reunião com a Comissão Técnica que elaborou o relatório relativo ao Processo de Requalificação da Rede de Urgência Geral. O Presidente da Autarquia considera que os técnicos relativizaram critérios essenciais nesta avaliação, nomeadamente a presença do Complexo Químico, que no Plano de Emergência de Estarreja surge como sendo de “risco de importância considerável”. E o HVS está na primeira linha de actuação em caso de acidente químico, razão também para a existência próxima nos países da Europa de instalações industriais e hospitalares. Paralelamente, a posição da autarquia pretende a correcção à desvalorização do aspecto turístico e o reconhecimento das especialidades do tráfego nesta área Aveiro – Porto. O dossier a enviar à tutela reúne o conjunto de argumentos que legitimam a manutenção do SU. Para esta fundamentação, José Eduardo de Matos, contactou e reuniu elementos e pareceres das mais diversas entidades, nomeadamente da Administração Regional de Saúde do Centro, Administração do HVS, Deputados eleitos por Aveiro à Assembleia da República, Comissão Concelhia de Saúde, PACOPAR, APEQ – Associação Portuguesa de Empresas Químicas, Estradas de Portugal, Associação Empresarial – SEMA, CP, Brisa, Hospital de Aveiro, Câmaras da Murtosa, Albergaria-A-Velha e Aveiro e Junta de Freguesia de S. Jacinto. A Câmara Municipal de Estarreja encontra-se receptiva para todos os contributos ou sugestões sobre esta matéria, que devem ser-lhes endereçados ou remetidos até ao final desta semana. PACOPAR: FIM DAS URGÊNCIAS PREJUDICARÁ PLANOS DE EMERGÊNCIA O PACOPAR – Painel Comunitário para a Actuação Responsável de Estarreja, composto por empresas do Complexo Químico, Bombeiros, GNR, Escolas, Universidade de Aveiro, Associação ambientalista, Hospital e Centro de Saúde além da Câmara, considera que o desaparecimento das Urgências “acarretaria consequências ao nível dos próprios Planos de Emergência”. Numa exposição enviada ao Ministro, é dito que “nas vésperas da realização de mais um simulacro do Plano Municipal de Emergências de Estarreja e do Plano Externo de Emergência de Estarreja cujos objectivos se prendem com o teste à capacidade de resposta à emergência, (…) as Urgências do HVS desempenham em todo este processo um papel central”. A carta sublinha a “óbvia importância que as empresas sempre deram a um serviço de urgências hospitalares de proximidade”. Nesse sentido, e no âmbito das actividades do Painel Comunitário, único em actividade em Portugal, foram concedidos pelas empresas apoios para investimentos na melhoria das Urgências. O Complexo Químico seria “fortemente penalizado ao não dispor de um serviço de urgências de proximidade que garanta o socorro em tempos aceitáveis conforme se passa, noutros pólos industriais localizados na Europa”. ASSEMBLEIA MUNICIPAL: É IMPRESCINDÍVEL MANUTENÇÃO E MELHORIA DO SU A Assembleia Municipal também fez vincar a sua oposição ao fecho do SU numa moção dirigida ao Ministro da Saúde, começando por alertar para os riscos associados à presença do Complexo Químico, e acrescentando que os profissionais do HVS são os únicos que estão preparados para acorrer a este tipo de situação, uma vez que recebem formação específica. Outro potencial de acidente referido são os acessos rodoviários (A1, A29, e a Variante de Oliveira de Azeméis) e ferroviários, que servem Estarreja. A falta de meios dos Bombeiros Voluntários é outra preocupação evidente. O número de ambulâncias é insuficiente para fazer face a deslocações para o Hospital de Aveiro. 5 CONCELHOS SERÃO AFECTADOS: POPULAÇÃO MOBILIZOU-SE NUM ABAIXO ASSINADO A população também não ficou de braços cruzados tendo feito circular um abaixo assinado que em duas semanas reuniu mais de 12 mil assinaturas e que manifesta a preocupação dos utentes do Hospital, não só de Estarreja como também dos concelhos vizinhos que o HVS presta assistência, nomeadamente da Murtosa, S. Jacinto (Aveiro), Branca (Albergaria – A – Velha), Pinheiro da Bemposta e Loureiro (Oliveira de Azeméis). O SERVIÇO DE URGÊNCIAS DE ESTARREJA » ALGUNS DADOS DE 2006 - Mais de 40 mil utentes atendidos - Média diária de 110 episódios - Apenas 8% dos episódios são transferidos para o Hospital de Aveiro