Música enche de vida a Casa Museu Egas Moniz

terça, 17 de julho 2007

Um momento que teria deixado Egas Moniz felicíssimo. A fachada e os jardins da Casa Museu de Avanca serviram de cenário ao espectáculo comemorativo do 39º aniversário da inauguração da Casa Museu Egas Moniz.

Uma noite agradável, num cenário idílico, com música de época, interpretada pela Banda Visconde de Salreu e coreografada pelo Estúdio de Dança Margarida Valle, do Porto.

Na abertura do espectáculo, o escritor estarrejense Sérgio Paulo Silva lembrava que “o Prémio Nobel era um amante das artes”, nas suas diversas manifestações, desde a escultura, à pintura, à música e à poesia, sendo a Casa Museu a herança dessa paixão. “Esta casa foi testemunho de serões com que o professor honrava e homenageava os que o visitavam, ele serviu-lhes música e poesia”, contou o escritor à plateia.

A Banda Visconde, neste seu 2º Encontro de Música Barroca, interpretou vários autores e temas do período barroco, uma das épocas musicais mais longas e fecundas, que apareceu no século XVI tendo persistido até a morte de Johann Sebastian Bach, em 1750, conforme explicou ao vasto público o maestro Afonso Alves, o guia desta viagem musical. O maestro ia sensibilizando e apurando os ouvidos para um estilo de música com um “sentido rítmico apurado e que junta várias linhas melódicas”.   

Aos olhos da presidente da Banda, Raquel de Jesus, a experiência foi muito enriquecedora, tendo mesmo superado o primeiro encontro de música barroca. Associar este evento às comemorações da Casa Museu é motivo de orgulho para a Banda e “valoriza este espaço que tem uma dimensão imensa”. O concerto irá ser reposto nos Jardins do Visconde de Salreu em data a anunciar.

 

 

Requalificação da Casa Museu

O belo espectáculo atraiu o público aos jardins da casa do investigador, dando vivacidade e mostrando o quanto “esta Casa Museu é inspiradora! Se o professor cá estivesse, aplaudiria de pé connosco esta conjugação de arte, fantasia, dança, música e juventude”, comentou o presidente da Câmara Municipal, anfitrião do serão.

José Eduardo de Matos quer transformar a Casa Museu num “centro de dinamização, cultura, ciência e lazer”. Recentemente, foi instalado o Centro de Documentação, agora é imprescindível a “requalificação e dinamização do espaço, uma obrigação que transcende as fronteiras de Estarreja”, sublinhou. Neste momento, para além da conservação do edifício, segue-se o projecto global da Casa Museu e da Quinta do Marinheiro, que apontará as intervenções físicas, devidamente enquadradas, a implementar. A requalificação e posterior programação regular de eventos serão fundamentais para “agarrar mais pessoas a esta Casa”, referiu.