17% da população de Estarreja é utente da Biblioteca

II Jornadas da Informação

terça, 09 de outubro 2012

A Biblioteca Municipal de Estarreja tem 17% da população do concelho inscrita (dados de 2011), valores excecionais que não se encontram em qualquer biblioteca da Região Centro. Esta foi uma das conclusões apresentadas por Maria Beatriz Marques, professora da Universidade de Coimbra, nas Jornadas da Informação da Biblioteca Municipal de Estarreja que tiveram lugar no último sábado, com a presença de 50 participantes.

Hoje, em 8 anos de existência, a Biblioteca de Estarreja conta com 6345 utilizadores inscritos. No último ano registaram-se 347 inscrições. O fundo documental disponibiliza um total de 53 mil exemplares catalogados.

Na apresentação sobre o valor económico e social das bibliotecas públicas, Maria Beatriz Marques referiu que a gestão destes equipamentos tem que criar valor, contextualizando este conceito, no sentido da utilidade que representa para a comunidade. A rentabilidade social está relacionada com o tipo de conhecimento que adquirem os frequentadores da Biblioteca. Duas sugestões foram propostas por esta oradora: a cooperação entre as bibliotecas públicas da região e a criação de um serviço local aos cidadãos.

 

Bibliotecas públicas ainda mais importantes em época de crise

As bibliotecas públicas são infraestruturas sociais, com responsabilidades sociais, que devem satisfazer as necessidades de informação e de conhecimento da comunidade. E importantes em qualquer situação socioeconómica, mas em especial nesta altura de maior dificuldade para as comunidades. Estes equipamentos públicos são os únicos que combatem a infoexclusão, pois disponibilizam o acesso à informação a todos sem distinção. Em pleno séc. XXI, as bibliotecas não se devem ficar pela disponibilização da informação, devem processar a informação disponibilizando conhecimento e sabedoria.

Cada vez mais as bibliotecas devem levar a informação ao encontro das pessoas, utilizando as redes sociais, pois é onde todos se encontram hoje em dia, referiu por sua vez Carlos Pinheiro, professor bibliotecário do Agrupamento de Escolas Padre Alberto Neto e Coordenador Interconcelhio da Rede de Bibliotecas Escolares de Cascais.

As bibliotecas devem disponibilizar informação e serviços online nas várias plataformas digitais de forma dinâmica, permitindo que a comunidade aceda à biblioteca através do espaço virtual. Daí a necessária mudança de paradigma: o determinismo tecnológico não deve estar focado nas máquinas, antes nas pessoas: com elas ganha-se qualidade, competitividade e produtividade.

 

Recorrer às novas tecnologias

A utilização estratégica das novas tecnologias na sala de aula para cativar leitores e para incentivar os jovens para a leitura foi outro dos temas focados, através da apresentação do projeto “Viagens Literárias”, cujo objetivo é a construção e disponibilização de recursos educacionais digitais para acompanhamento da leitura de várias obras literárias com a utilização do Google Earth. O projeto foi dado a conhecer por Teresa Pombo, professora de Língua Portuguesa no 3º ciclo do Ensino Básico, formadora de Docentes na área das Tecnologias Educativas e Técnica Superior no Ministério da Educação e Ciência.

Outro tema abordado nestas jornadas foi o de como preservar a informação. Maria Alcina de Jesus Malta, Técnica do Agrupamento de Escolas da Mealhada, mostrou algumas técnicas e materiais a utilizar na recuperação e restauro de documentos, que naturalmente com o manuseamento se vão deteriorando.

De uma forma geral, a avaliação das jornadas é positiva, tendo alcançado os objetivos definidos: a partilha de conhecimentos e experiências e o debate de opiniões.