Esclarecimento: abate preventivo de árvores doentes em nome da segurança de pessoas e bens

terça, 22 de fevereiro 2022


Perante informações técnicas dos serviços municipais, que alertavam para o estado de degradação de várias árvores implantadas no espaço público, com idade entre os 25 e os 65 anos, podendo colocar em risco a segurança de pessoas e bens, a Câmara Municipal encomendou uma avaliação fitossanitária à UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, entidade com total independência e credibilidade científica, tendo como principal preocupação a prevenção de acidentes decorrentes de eventuais fraturas ou queda de árvores.

O relatório desta avaliação, que nos foi entregue pela UTAD no dia 19 de outubro de 2021, e de acordo com o coordenador do mesmo, Professor Luís Miguel Martins, “foram observados danos estruturais muito graves no colo dos troncos e pernadas, bem como, a incidência de fungos de espécies que causam a aceleração da degradação do lenho.” 

Face esta constatação, e visto que “a recomendação dos abates, teve em conta a dimensão das lesões, o tipo de degradação e consequentemente a probabilidade de fratura”, a decisão do abate das 14 árvores que estavam em pior estado de degradação, “relaciona-se com a perceção da existência de elevado risco para pessoas e bens, atendendo à presença constante dos alvos em caso de rutura”, refere ainda Luís Miguel Martins.

Para que ocorram em segurança, estes trabalhos devem ser executados aquando da queda da folha e, por essa razão, foram planeados para esta altura. “Como é evidente, a Câmara Municipal não avançou para esta solução de forma aleatória ou irresponsável. Ao contrário do Partido Socialista, preocupamo-nos com a segurança dos estarrejenses e de quem nos visita e por isso tivemos que intervir, no momento adequado, sendo o abate das árvores identificadas na avaliação fitossanitária de carácter urgente e inadiável. Ao contrário do que diz o Partido Socialista, não estamos a cometer nenhum atentado contra o ambiente, estamos, sim, a proteger as nossas gentes. Atentado seria se não nos preocupássemos com a segurança de pessoas e bens!”, afirma a Vereadora dos Espaços Verdes Públicos, Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, Paula Almeida.

Lembramos, ainda, que no âmbito do projeto “Plantar o Futuro”, numa parceria com a Agora Aveiro, em colaboração com o Grupo para a Sustentabilidade da Universidade de Aveiro, desde setembro de 2018, o Município já plantou mais de 4000 árvores autóctones, no BioRia e no Eco Parque Empresarial de Estarreja, promovendo a defesa da floresta autóctone e do seu valor na mitigação das alterações climáticas, resiliência contra incêndios e conservação da biodiversidade. 

As nossas preocupações ambientais são claras, mas a verdade é que no centro da cidade, o elevado grau de compactação e impermeabilização dos solos são fatores que condicionam a longevidade das árvores, por se constituírem como condicionantes do seu desenvolvimento e se traduzirem na diminuição da sua capacidade de defesa, o que facilita o aparecimento de uma série de patologias que causam elevada degradação.

Continuaremos a pugnar por ter um município mais verde, promovendo a replantação das árvores no centro da cidade, logo que seja viável, e garantindo a monitorização contínua do património arbóreo do concelho, mantendo-os em boas condições, de forma a não colocar em causa a segurança de pessoas e bens.