Dia Mundial do Ambiente: 2,5 kg de beatas recolhidas do chão

Numa hora, 30 alunos da Eco-Escola Secundária de Estarreja recolheram 2,5 kg de beatas de cigarro

De forma a assinalar o Dia Mundial do Ambiente, que se celebra a 5 de junho, a Eco-escola – Escola Secundária de Estarreja veio para a rua apanhar beatas do chão e assim alertar para a temática da sustentabilidade ambiental e lembrar que as ações individuais têm um grande impacto a nível global.

quarta, 07 de junho 2023


Na ação “Limpar o Mundo”, promovida pela Luságua em parceria com a Câmara Municipal, durante a manhã da última segunda-feira, três dezenas de estudantes da Escola Secundária tiveram a missão de recolher beatas, no centro da cidade, entre o Parque Municipal do Antuã e a Praça Francisco Barbosa. Após um enquadramento da atividade por parte da Luságua, os estudantes arregaçaram as mangas para a recolha e posterior desenho, no Parque, de uma figura com as beatas. Em menos de uma hora, os jovens apanharam do chão um total de 2,5 kg de beatas.

Através desta ação “Limpar o Mundo”, pretende-se atrair a atenção dos fumadores e mudar comportamentos, recordando que o oceano começa nas nossas cidades. As beatas de cigarros são um dos resíduos mais encontrados no mar e são também dos mais perigosos para a Terra durante o seu processo de decomposição. Uma beata de cigarro contém várias substâncias tóxicas desde pesticidas a substâncias decorrentes da queima do cigarro, como o alcatrão e o cianeto. O filtro contém plástico e, por isso, a sua degradação é extremamente lenta, chegando a demorar mais de 10 anos. As estimativas dizem-nos que chegam ao chão 7000 beatas por minuto, num total aproximado de 10 milhões por dia. 

Em Portugal, o número de cigarros consumidos é de 10 biliões por ano. Cada beata de cigarro que não é colocada numa papeleira ou ecopontas acaba por desencadear um ciclo de contaminação do solo e da água, pondo em risco todos os organismos que deles dependem. Estudos de comportamento dizem-nos que parte dos fumadores atira a beata ao chão de forma inconsciente, porque não a identifica como lixo e por não ter consciência dos seus impactos.

 

“O Mar começa aqui”

As Eco-Escolas têm tido um papel fundamental na consciencialização da comunidade. Os projetos “O Mar começa aqui” e “Muros com Vida” são outros exemplos de cidadania ativa por parte da comunidade escolar.

A 20 de maio, Dia Europeu do Mar, as Eco-Escolas Prof. Dr. Egas Moniz de Avanca e a Secundária de Estarreja deram início ao projeto “O Mar começa aqui”, onde através da pintura e da arte, sensibilizam para a correta gestão dos resíduos e sua deposição nos locais certos.

Por serem potenciais locais de condução de resíduos até ao mar, as escolas voltaram a decorar as sarjetas com pinturas idealizadas pelos estudantes e representativas da biodiversidade marinha.

A Câmara Municipal de Estarreja, parceira das Eco-escolas, apoiou as duas escolas Prof. Dr. Egas Moniz e Secundária de Estarreja na concretização do projeto, fornecendo tintas, pincéis, trinchas, fitas e demais material (barreiras e sinalização) necessários para a pintura. 


“Muro com Vida”

O projeto “Muros com Vida”, do programa Eco-Escolas, através da educação pela arte, consiste na realização de pinturas murais ao ar livre, com o intuito de contribuir para alertar e mobilizar a comunidade para a prevenção e inversão do processo de degradação dos ecossistemas terrestres e aquáticos, com repercussões nas alterações climáticas e na extinção em massa de várias espécies. Também simbolicamente no Dia do Ambiente, a Escola Secundária inaugurou o seu muro com vida, que consiste numa composição de vários trabalhos dos alunos alusivos à biodiversidade local e conservação da natureza, alertando para a perda de habitats e biodiversidade.