HOSPITAL VISCONDE DE SALREU: BALANÇO A DOIS ANOS DE MANDATO

sexta, 30 de dezembro 2005

O Conselho de Administração (CA) do Hospital Visconde de Salreu apresentou à Câmara Municipal de Estarreja o balanço da actividade da unidade hospitalar dando conta da evolução registada no actual mandato, desde 2003 a 2005. Desde o início de funções, em Novembro de 2003, “tem-se vindo a pôr em prática um conjunto de medidas de gestão que têm como objectivo o aumento quantitativo e qualitativo da prestação de cuidados e a melhoria de todos os indicadores da actividade assistencial, num ambiente de contenção de custos”, lê-se na introdução do documento. Aos olhos do CA, “merece especial relevância, o esforço desenvolvido contra o encerramento e contra o clima de instabilidade e desmotivação existente no hospital”, lembrando que se “encetaram esforços pela modernização e remodelação do hospital numa acção concertada com o Município de Estarreja, com a Comissão Concelhia de Saúde e a Sub Região de Saúde de Aveiro”. A actividade em 2004 Sobre a actividade em 2004, são “notórios os aumentos registados na produção assistencial face ao ano anterior”. Tem especial destaque o crescimento de 7,53% do número de dias de internamento, e o bloco operatório que registou um aumento de 23,75% de intervenções de grande cirurgia e a mesma percentagem nas intervenções de pequena cirurgia. As Consultas Externas aumentaram 20,88%, nomeadamente devido ao alargamento de valências das especialidades médicas (pediatria, neurologia e nefrologia). Em termos económicos, e apesar do aumento assistencial, o hospital registou em 2004 menos 1,37% de custos correntes do que em 2003. A situação em 2005 O ano corrente também regista “um incremento geral dos movimentos assistencial e de todos os indicadores associados, tanto ao nível da produção como da produtividade”. Existem alguns exemplos mais marcantes: aumento de 20,85% de internamento; aumento de 21,29% da taxa de ocupação de camas; aumento de 17,39% das consultas externas e aumento de 7,75% dos episódios de SAP/Urgência. O orçamento económico para 2005 “previa um resultado líquido negativo de 725 mil euros, porém, o hospital obteve um resultado líquido positivo de 832 mil euros”, adianta o CA. Investimentos Desde o início do mandato até Outubro de 2005, foram investidos 341 mil euros (91 mil euros em 2004 e 250 mil euros em 2005) em modernos equipamentos médico-cirúrgicos e mobiliários hospitalares e na beneficiação das instalações do hospital (gabinetes de consulta externa, quarto particular e morgue). A Administração Regional de Saúde do Centro tem em apreciação o projecto de remodelação do hospital que “a concretizar-se como muito bem esperamos, irá resolver definitivamente as carências em matéria de espaço, funcionalidade e segurança e contribuir decisivamente para a prestação de cuidados com elevadíssima qualidade”, assegura o CA do Visconde de Salreu que remata dizendo que “é um projecto urgente para o hospital e que Estarreja merece”. Perspectivas futuras Para 2006, está projectada a abertura do Hospital de Dia bem como as consultas da Dor, da Hipertensão e da Telemedicina, alargando as valências de ambulatório. O CA pretende reforçar a articulação com a Sub-Região de Saúde de Aveiro e com os Centros de Saúde de Estarreja e da Murtosa, “de forma a possibilitar a apresentação conjunta de um projecto de apoio ao utente no domicílio, o preenchimento integral das escalas médicas no período do SAP com médicos dos centros de saúde e a elaboração de um projecto de criação de uma Unidade Local de Saúde abrangendo os concelhos de Estarreja e Murtosa, bem como as freguesias a norte do concelho de Albergaria a Velha e a freguesia de São Jacinto, do concelho de Aveiro”. É adiantado que 2006 será também “o ano da revisão do Plano de Emergência e da elaboração do Plano de Segurança do hospital, da entrada em funcionamento do novo Plano de Circulação e Estacionamento (em colaboração com a Câmara Municipal de Estarreja), da utilização generalizada da prescrição electrónica de medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica pelos médicos, da reorganização do serviço de atendimento ao utente e da continuação do processo da qualidade em curso com o apoio do Instituto de Qualidade em Saúde”. Sobre o Relatório de Avaliação de Eficiência e Qualidade em 2003 recentemente publicado pela Direcção Geral de Saúde, o Conselho de Administração considera que “aponta de forma injusta o Hospital Visconde de Salreu no último lugar do rankin dos hospitais de nível I, em virtude da nossa posição em apenas um único parâmetro considerado”. E explica que a avaliação “é feita com base na despesa e não com base nos custos efectivos. Ora, tendo o HVS um prazo médio de pagamento a fornecedores muito curto quando comparado com outros hospitais, acaba por ser penalizado porquanto o custo só se transforma em despesa quando a factura é paga”. Mesmo assim, salienta o CA, “o HVS surge em 8º lugar num conjunto nacional de 16 hospitais do mesmo nível na análise global da eficiência”. “Quando muito, o estudo alerta-nos e vem confirmar a necessidade de se avançar rapidamente com a remodelação das instalações do Hospital Visconde de Salreu”, conclui o CA.