Sabia que o foguetão não vai propriamente à Lua? Vai ficando pelo caminho, restando, dos vários andares que o compõem, a nave, essa sim é que realmente chega à Lua. Esta é apenas uma das curiosidades ensinadas às crianças no âmbito do projecto “Um Passeio pela Lua”, da Associação de Física da Universidade de Aveiro, ao qual a Câmara Municipal aderiu, enquadrando-o no Programa “Escola Ninhos de Ciência”. A autarquia promove “o estudo experimental das Ciências, fazendo-o de forma articulada com os conteúdos programáticos do 1º ciclo e complementado o processo de ensino – aprendizagem”, salienta o Vereador da Educação, João Alegria. A actividade envolveu todas as escolas do 1º Ciclo do Concelho, num total de 700 alunos dos 3º e 4º anos. Nestas sessões, os mais novos contactaram com imagens, modelos de naves espaciais, alimentos específicos e um fato especial que uma das crianças vestiu para saber e transmitir aos colegas como se sentem os astronautas. O único satélite natural da Terra situa-se a uma distância de 340 mil km do nosso planeta e a viagem dura três dias. “Sabem como dormem os astronautas?”, perguntava o astrónomo, José Augusto Matos, à plateia da Escola do Mato, em Avanca, que respondeu em uníssono que não. “Em pé, a flutuar”, acaba por responder o orientador do projecto contribuindo para a gargalhada geral. O entusiasmo em torno do tema é evidente ficando-lhes “uma boa recordação de uma aula diferente e interessante e onde eles aprendem sempre algo de novo”, salienta o astrónomo. Na opinião do Vereador da Educação, “é muito estimulante ver a atenção que os alunos dispensam a estas matérias que, de forma lúdica, vão assimilando e consolidando conhecimentos de outras áreas científicas. Um contributo que todos agradecem, alunos e professores”. A iniciativa começou no dia 31 de Maio e prolongou-se até dia 22 deste mês. Quem sabe, um dia estas crianças possam realmente viajar ao espaço? “Os bilhetes estão à venda e são baratos. Custam 170 mil euros”, brincava José Augusto Matos. Dar a volta à Lua exige um esforço acrescido, 100 milhões de euros. Até lá, e enquanto “Maomé não vai à montanha”, a Associação de Física da Universidade de Aveiro e a Câmara Municipal continuam a proporcionar digressões virtuais pela nossa galáxia. A próxima iniciativa está prevista para o início do novo ano lectivo, com a distribuição de um kit planetário por escola, com a respectiva demonstração prática e formação dos alunos e professores.