Dia do Município de Estarreja: Atribuição de Medalhas de Mérito

terça, 09 de junho 2009

A Câmara Municipal aprovou esta manhã, por unanimidade, distinguir com a Medalha de Mérito Municipal o Padre António Valente de Matos, a Associação Cultural e Recreativa Saavedra Guedes e, a título póstumo, Alfredo Mortágua. A homenagem acontece no Dia do Município de Estarreja, 13 de Junho, sábado, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, às 18h30.

A título póstumo, o Município vai homenagear o Dirigente Alfredo Mortágua, pela sua reconhecidamente longa e intensa dedicação ao Associativismo, distinguindo-se nas áreas do Desporto e da Música. O Padre Valente, fundador e dinamizador do Movimento Internacional de Jovens Católicos Convívios Fraternos e, depois, da Associação – Projecto Convívios Fraternos II, tem sido exemplar pela sua proactividade junto dos Jovens. A Associação Cultural e Recreativa Saavedra Guedes completa 75 anos de dedicação à Cultura e, ultimamente, ao fomento de Desporto e à alargada formação de Atletas, em diversas modalidades.

Finalmente, e para entregar em data oportuna, a Câmara decidiu ainda propor à Assembleia Municipal a concessão das “Chaves da Cidade” a Washington Dantas, Director–Geral da Dow Portugal, pelo seu decisivo empenho numa nova cultura empresarial de Actuação Responsável e no recente investimento/expansão do Complexo Químico de Estarreja, considerado hoje dos melhores a nível nacional.

LOUVOR A ATLETAS CAMPEÕES NACIONAIS

Na cerimónia do Dia do Município, serão entregues Votos de Louvor a 20 atletas que se tenham sagrado campeões nacionais.

DISTINÇÃO A TRABALHADORES DA CÂMARA

A Câmara Municipal vai distinguir, em cerimónia solene e pública, os Funcionários que em 2008 completaram 25 anos de Trabalho e Dedicação ao Serviço da Comunidade e também os que passaram à situação de Aposentados.

 

ATRIBUIÇÃO DE MEDALHAS DE MÉRITO MUNICIPAL E DAS CHAVES DO MUNICÍPIO – PROPOSTA APRESENTADA PELO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA, JOSÉ EDUARDO DE MATOS

“Assinalando solenemente o Dia do Município, e tal como dispõe o regulamento das condecorações, pretende a Câmara Municipal galardoar personalidades ou entidades que contribuam ou tenham contribuído para o desenvolvimento e dignificação do Concelho de Estarreja. Nesse sentido, e tendo em conta a actividade desenvolvida, a dedicação e o relevante mérito das suas acções e contributos, proponho que em 2009 se atribua a Medalha de Mérito Municipal:

A título póstumo, ALFREDO MORTÁGUA E SILVA

Alfredo Mortágua e Silva, natural do Lugar do Agro, freguesia de Beduído, nasceu no seio de uma família numerosa, a 24 de Abril de 1941. É em Beduído que completa a sua instrução primária, vindo a radicar-se na freguesia de Veiros pelos laços do matrimónio. Com outros 19 cidadãos, foi fundador em 19.09.1974 do Clube Cultural e Desportivo de Veiros, onde exerceu as funções de Presidente da Direcção durante 32 anos, qual sua segunda casa e onde mais deixou a sua marca pessoal.

Deve-se muito ao seu dinamismo, e das Direcções a que presidiu, as obras executadas ao longo de 3 décadas, sendo de realçar a construção da Sede Social, o ringue polidesportivo e a construção do Pavilhão Gimnodesportivo. Foi também o principal impulsionador da Escola de Música da colectividade, que já conta com 25 anos de existência. O trabalho desenvolvido nesta área deu origem à formação da Orquestra Ligeira, embaixatriz e baluarte da cultura Veirense, com brilhantes actuações por todo o país e no estrangeiro (Estados Unidos da América e França).

Alfredo Mortágua também exerceu as funções de Autarca como deputado à Assembleia de Freguesia de Veiros. Foi dirigente do Clube Desportivo de Estarreja, onde exerceu o cargo de Presidente da Direcção durante alguns anos. Foi ainda Bombeiro Voluntário, nº 41, durante uma década na Corporação de Estarreja, de 1959 a 1969.

São pessoas como o Sr. Alfredo Mortágua que personificam o exemplo do cidadão altruísta, participando nas Colectividades e ajudando ao desenvolvimento da nossa Terra Comum. Para quem o conhecia, era isso mesmo, dedicado às causas que abraçava, dedicado às crianças, para as quais sempre revelou uma faceta muito especial, Homem de família, humilde e amigo do seu próximo. Humanista por excelência, dizendo não às arbitrariedades, manteve sempre, o aprumo e a dignidade que foram apanágio de toda a sua vida intensa.

Era pessoa muito simples, de inegável valor: e a sua partida deixa-nos a todos, e a este Concelho, muito mais pobres. Não é tarefa fácil escrever sobre alguém que envolvemos num manto de saudade. A História da nossa terra é feita de homens, não apenas de factos.

PADRE ANTÓNIO VALENTE DE MATOS

António Valente de Matos nasceu em Avanca, no dia 9 de Abril de 1931. No período da infância, a fé e a educação da sua família prepararam-no para a sua ingressão no Seminário Diocesano de Vila Viçosa. Estudou Teologia no Seminário Maior da Arquidiocese de Évora, onde concluiu o curso, no ano de 1956. Foi Presidente da Academia de Santo António, do Seminário Maior de Évora e Director da Revista “Alvoradas”.

Recebeu a Ordenação Sacerdotal no dia 1 de Julho de 1956. Foi Assistente Religioso da Colónia Correccional de Vila Fernando do Ministério da Justiça e exerceu as funções de Educador da Direcção Geral dos Serviços Tutelares de Menores. Foi o precursor da reforma pedagógica nos Institutos de Menores dos respectivos Serviços.

Em 1965/67 foi Professor no Seminário Diocesano de Évora, em Vila Viçosa. De 1965 a 1993 exerceu o cargo de Capelão Militar em Unidades nacionais e nas antigas Colónias Portuguesas de Angola e Moçambique, sendo mesmo Capelão Chefe das Forças Armadas Portuguesas e Assessor do Bispo Castrense, atingindo a patente militar de Coronel.

Da sua folha de Serviço constam um louvor do Ministro do Exército, 6 louvores de Comandos de Batalhões e Regiões Militares e um louvor do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Foram-lhe atribuídas as seguintes condecorações: Medalha de Campanhas de Angola e de Moçambique, Medalhas de Comportamento Exemplar de 1ª e 2ª Classes e Medalha de Prata de Serviços Distintos.

Foi Presidente da Direcção da Associação Atlética de Avanca. Fundou em 1968 o movimento de Jovens Católicos Convívios Fraternos, para a formação humana e religiosa de jovens de todas as condições sociais, económicas, culturais e religiosas, espalhado em todas as Dioceses de Portugal, além de França, Luxemburgo e Suíça, para os filhos de emigrantes portugueses, com representação em Maputo, Moçambique e no Estado do Maranhão, no Brasil. O movimento realizou mais de mil cursos, nos quais participaram cerca de 41.000 jovens.

Em 1993 fundou a instituição particular de solidariedade CENTRO SOCIAL DE APOIO A TOXICODEPENDENTES CONVÍVIOS FRATERNOS II, para a cura e reinserção socioprofissional de toxicómanos. Actualmente é Director de 2 Comunidades Terapêuticas, que têm a sua sede em Avanca. Para o efeito, recuperou 3 casas históricas, antigos solares, assim contribuindo para a preservação da memória da Vila e para a riqueza arquitectónica da terra de Egas Moniz e do Município de Estarreja.

Finalmente, e não menos importante, a sua intervenção também se estende à inserção profissional dos utentes, através de acordos com empresas da região, viabilizando a sua reentrada na vida activa. Eis como se constroem reais novas oportunidades. É ainda Director do Jornal “Balada da União”.

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA SAAVEDRA GUEDES

A Associação Cultural e Recreativa Saavedra Guedes, fundada em 1934, tem desenvolvido ao longo dos últimos 75 anos uma acção cultural marcante para a freguesia de Pardilhó, e, consequentemente, para o Concelho de Estarreja, através de uma actividade contínua e marcadamente eclética. Contribuiu para a formação de várias gerações, sempre com a preocupação de, preservando as tradições, fomentar valores fundamentais para o nosso futuro colectivo.

Desde a sua fundação por Américo Marques da Costa, expulso em 1928 da Banda Clube Pardilhoense, com a criação da Banda Nova, conhecida também como Banda da Mázia, a Música afirmou-se como uma das suas mais importantes actividades, estando na origem de grande parte da reputação de que goza esta Colectividade. “ Fruto da vontade de muitos contra a vontade de outros tantos, nasceu e cresceu, com rivalidades, e até com ódios, dividiu famílias, separou amigos, alterou ânimos”, lê-se num seu boletim. Para a história fica assim a explicação para a designação de “Clube Novo” (para o Saavedra) e de “Clube Velho” (para o Pardilhoense, que fez 100 anos em 2008).

A qualidade e dinâmica da Banda Nova marcou gerações sucessivas e contou com o apoio de diversos pardilhoenses, uns mais anónimos que outros, como António Joaquim de Rezende, Professor Pitarma, Dr. António Emílio e Francisco Farinhas, entre outros. Em 1934 foram feitos os primeiros estatutos, passado a designar-se Associação Musical Saavedra Guedes. O seu topónimo, Saavedra Guedes, nada teve a ver com a fundação da Associação. Traduz o reconhecimento a um Homem que no século XIX, por acórdão camarário, foi nomeado professor primário e marcou gerações de Pardilhoenses.

Em 1935 o professor Pitarma funda o Grupo de Teatro, que ensaia, levando à cena a primeira peça, uma opereta, intitulada “A Flor do Mondego”, numa acção teatral que se foi mantendo nas décadas seguintes, sendo agora uma saudosa memória. Nos anos 60, a Guerra Colonial, entre outros constrangimentos, levaram ao declínio da Banda Nova, entretanto extinta, tendo nos anos 90 surgido a Escola de Música e o conjunto “Velha Geração”. Muitos de lembram dos Bailes de Pardilhó, divididos entre o Clube Novo e o Velho.
Foi nos seus camarins, que no início da década de 80, nasceu a Rádio Moliceiro, que mais tarde com a Rádio Horizonte, deu origem à actual Rádio Voz da Ria. A partir dos anos 80, a Saavedra Guedes alarga sucessivamente o leque de actividades, na vertente desportiva, com a criação de uma Equipa de Andebol, Secção de Karaté, Secção de Ginástica de Manutenção, Equipa de Futebol de Salão, que em 1993 sobe á 1ª Divisão Nacional. Finalmente a Canoagem que, inspirada pelo cenário da Ribeira da Aldeia, com empenho e tenacidade dos seus atletas e dirigentes, tem levado mais além o nome de Estarreja.

Com 75 anos de vida, centrando hoje a sua actividade no Desporto, é na Canoagem que a Saavedra Guedes tem a sua marca. Nomes como Mafalda Ribeiro, Leonel Correia e Pedro Santos, atletas distinguidos com títulos nacionais e internacionais, entre outros, são o rosto e o exemplo vivo que traduz toda a actividade da Associação Cultural e Recreativa Saavedra Guedes, que a todos honra e engrandece.

CHAVES DA CIDADE – WASHINGTON DANTAS

Finalmente, e para entregar em data oportuna, propor à Assembleia Municipal a concessão das “Chaves da Cidade” ao Eng. Washington Dantas, Director-geral da Dow Portugal, pelo seu decisivo empenho numa nova cultura empresarial de Actuação Responsável e no recente investimento/expansão do Complexo Químico de Estarreja.

Washington Dantas Ribeiro nasceu em 01/06/1958, na cidade de UaUa, Bahia, no Brasil. Em 1976, aos 18 anos conclui o Curso Técnico em Química Industrial e Operações Industriais, ingressando na Dow Química do Nordeste, Bahia, como Operador. Teve de conciliar o curso de Engenharia Química na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia com o trabalho, concluído a sua formação em 1981. Assumiu em 1985 o cargo de Supervisor de Produção da Fábrica de Óxido de Propileno e Derivados.

Em 1986 é deslocado para a Dow Canadá. Em 1987 volta ao Brasil. Conclui em 1989 um MBA pela Escola de Administração e Business da Universidade Federal da Bahia. Em 1995 assume o cargo de Gerente Geral. Em 2001 é transferido para a fábrica de MDI de Estarreja, assumindo a funções de Director Geral, até a presente data. Às suas capacidades profissionais sobreveio um conjunto de qualidades pessoais que o definem e o elevam pela bondade e permanente espírito de colaboração, além da simpatia.

À sua marca fabril sobreveio a sua força ao PACOPAR (Painel Consultivo Comunitário do Programa de Actuação Responsável) possibilitando novos e mais exigentes patamares na interligação das Empresas do Complexo Químico com a Comunidade Estarrejense. A dinâmica do PACOPAR cresceu muito, densificou-se, aumentou as entidades, assumiu novos desafios e actividades, ganhando mesmo um Prémio Europeu. Inspirado no lema do Responsible Care que a DOW introduziu, o conceito de Actuação Responsável vem crescentemente definindo a actual cultura empresarial da Química em Estarreja.

Outro forte sinal partilhado da sua passagem é visível no Complexo Químico de Estarreja, nesta nova capacidade produtiva, tecnológica e também de significativo reforço das condições de segurança: O Pólo Químico/Industrial de Estarreja apresenta-se hoje como um dos mais modernos clusters europeus da indústria química, como evidencia a sua inclusão no Pólo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias de Petroquímica e Química Industrial, de referência a nível mundial, constituindo-se assim, mesmo em tempos de penumbra empresarial, como um factor de confiança para o futuro da economia local e nacional.
 
Num investimento avultado – o maior alguma vez feito em Estarreja – o Complexo Químico consolida-se e expande-se, numa estratégia de desenvolvimento sustentável que abrange não só a vertente da capacidade produtiva, mas também a melhoria tecnológica das condições operatórias e de segurança industrial e ambiental.

Se é verdade que estes passos envolvem várias Empresas e decisões de diferentes Administradores, que assim publicamente reconhecemos, temos por justo representar essa convergência de vontades, trabalho de equipa e esforço colectivo na pessoa do Eng. Washington Dantas, que desde há 8 anos assumiu a camisola e cidadania Estarrejense.

PROPONHO que esta proposta seja aprovada por minuta, para efeitos de execução imediata.”

O PRESIDENTE DA CÂMARA