Nova ribeira recuperada em Avanca

segunda, 21 de setembro 2009

Maria da Conceição Correia, 90 anos, mostrou a sua satisfação. "Quem conheceu isto e como conhece agora, eu até estou admirada, muito admirada. Estou muito contente", disse durante a sessão de inauguração da requalificação da Ribeira do Mourão, com a presença do presidente da Câmara Municipal de Estarreja, José Eduardo de Matos.

A recuperação, valorização e enquadramento paisagístico da Ribeira de Mourão veio dar uma nova vida a esta zona ribeirinha que estava bastante degradada. “Estamos a recuperar o património natural e hoje isso está confirmado na Ribeira de Mourão”, afirmou o autarca. A qualificação, onde a Câmara investiu 159.428,41€, criou um espaço lúdico e ambiental aprazível, com arruamento, estacionamento, percursos pedonais, parque de merendas, espaços verdes e equipamento mobiliário.

O objectivo é intervir em todas as ribeiras do concelho. “Começámos a recuperar algumas ribeiras – a Ribeira da Aldeia em Pardilhó, o Ribeiro de Canelas, estamos a fazê-lo em Salreu – e vamos continuar em Veiros, no Esteiro de Estarreja e em todas as outras ribeiras”, disse referindo ainda que todas elas vão ficar ligadas. Possível é já a ligação ciclável directa desde Mourão até às Ribeiras de Pardilhó.

A 2ª fase de Mourão há-de chegar até 2012 ao abrigo do programa POLIS da Ria de Aveiro. Nesta fase “fizemos a requalificação do cais, legalmente não podemos fazer mais do que isso”, explicou José Eduardo de Matos, antecipando o próximo passo. “A partir de agora, o programa POLIS visa fazer aquilo que nunca nos deixaram fazer que é intervir na Ria, desassoreá-la, limpá-la e permitir a navegabilidade dos canais. Essa acção já está em curso. Vai começar de sul para norte no concelho”. Uma prioridade para onde o município canalizará mais de 2 milhões de euros.

Este foi um longo percurso, disse o presidente da Junta de Freguesia de Avanca, referindo-se a um primeiro projecto datado de 2001. José Artur Pinho espera que esta requalificação represente “o princípio”, esperando que se continue no cais para que fique navegável. Um apelo ficou também a privados desejando que “possam vir a desenvolver uma actividade que se coadune”, como um bar. Uma possibilidade em aberto na Câmara que para uma segunda fase prevê a reconversão do antigo armazém de alfaias agrícolas, existente junto à Ribeira, para apoio às actividades náuticas e instalação de um café/bar.

À população e principalmente os moradores da Ribeira de Mourão, José Artur Pinho, pediu que colaborem para “manter isto limpo, arrumado e quando virem alguma coisa que esteja mal podem fazer a queixa à Junta ou à Câmara”.