Acções em defesa do Baixo Vouga: Projecto continua paralisado

sexta, 08 de abril 2011

O Baixo Vouga Lagunar continua sem respostas sobre o desenvolvimento do projecto de defesa agrícola, que, se iniciou há mais de 3 décadas, apesar da sua evidente importância.

José Eduardo de Matos lamenta a desaproveitada fertilidade dos campos que unem Estarreja, Albergaria e Aveiro, uma zona de 3 mil hectares, com 1040 explorações agrícolas, 8600 cabeças de gado, vários ecossistemas de espécies protegidas e o único estudo em Portugal de INTERREG na adaptação às alterações climáticas, reprovando que não tem recebido luz verde governamental.

Um grupo de parlamentares social-democratas, liderado pelo Vice-presidente Pedro Lynce, visitou, no último mês, a zona do Baixo Vouga, em Estarreja, tendo sido recebido no local pelo presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos.

O assunto foi também discutido na Assembleia da República, por iniciativa de dois grupos parlamentares. O deputado aveirense do PSD, Ulisses Pereira, alertou para a situação dramática que se vive no Baixo Vouga Lagunar, com a invasão das águas do mar e a destruição dos terrenos agrícolas. No Plenário da Assembleia da República, o parlamentar solicitou que, no âmbito da execução do PRODER, seja considerada como prioritária a obra de conclusão do dique de protecção.

Os deputados do PSD lamentam que, na resposta, o ministro da Agricultura não tenha considerado prioritária, no âmbito do regadio nacional, a intervenção no Baixo Vouga Lagunar, ao contrário de outras regiões do País.

Também o PCP, por iniciativa do deputado Agostinho Lopes, questionou os Ministérios da Agricultura e Ambiente sobre o assunto, nomeadamente se o projecto está financiado no quadro do PRODER e se não está, que razões explicam o seu não financiamento, ou se o financiamento vai ser distribuído pelo PRODER e QREN.

A iniciativa surge após um encontro em Angeja, que decorreu em Março, com a intervenção de vários participantes, concluindo-se que continua a total paralisia do projecto, que envolve Angeja (Albergaria-a-Velha), Beduído, Salreu, Canelas, Fermelã (Estarreja) e Cacia (Aveiro).

O Presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos, congratula-se com as iniciativas que surjam em defesa do Baixo Vouga Lagunar e da necessária conclusão da construção do dique de defesa dos campos, impedindo a crescente degradação dos solos por efeito das águas salgadas ou pelas cheias. O avanço do projecto possibilitaria o aumento da biodiversidade e da actividade agrícola, mais vital nos dias de hoje. O autarca alerta que “o tempo escasseia”.