Polis da Ria de Aveiro recupera Frente lagunar de Estarreja

5 cais e esteiros foram requalificados

quarta, 15 de outubro 2014

Fortalecidas as margens e reforçada a ligação da Ria de Aveiro com as pessoas. No último sábado, foram inaugurados 5 cais e esteiros de Estarreja no âmbito do programa Polis Litoral Ria de Aveiro, com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos. Não obstante a renovação destes espaços ribeirinhos, “o desafio continua”, advertiu Diamantino Sabina, presidente da Câmara Municipal, direcionando alertas para um velho problema: a urgência da conclusão do Projeto do Baixo Vouga Lagunar.

“Eis mais um marco nuclear do caminho do cumprimento desse desígnio (Virar o Concelho para a Ria), reabilitando 5 cais da nossa extensa frente lagunar, dando condições para a fruição deste território de beleza única que é a nossa Ria. Não sendo projetos e intervenções perfeitos, são no entanto uma enorme evolução face ao estado de abandono a que muitos destes locais estavam votados”, afirmou Diamantino Sabina, no final da maratona de inaugurações que passou pelo Cais da Ribeira do Mourão, Esteiro de Veiros, Esteiro de Estarreja, Cais de Canelas e Cais de Salreu.

A cerimónia de encerramento aconteceu no antigo armazém de sal e junco, localizado no largo do Esteiro, que foi adquirido pela Câmara e recuperado pelo Polis. Inseridas em duas empreitadas de reordenamento e qualificação da frente lagunar de Estarreja, “estas obras tornaram possível a criação de infraestruturas de apoio a estes espaços públicos, fomentando a vivência da sua beleza e consolidando a preservação do património natural local, que há muito tempo vimos trabalhando”. O autarca quer ver mais dinheiro investido em Estarreja no âmbito do Polis II.

O Secretário de Estado do Ambiente anunciou que “o litoral é uma grande prioridade para este Governo”. E pela frente “temos um grande desafio até 2015 por todo o país: investir mais de 200 milhões de euros. O nosso litoral é muito vulnerável e a nossa ideia é no próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) 2014-2020 continuar a investir no litoral, na questão da segurança de pessoas e bens e reforço da resiliência do litoral”. Para além da importância da requalificação da costa, Paulo Lemos focou a necessária sensibilização da população, para que tenha consciência “da importância que o ambiente tem para o desenvolvimento sustentável do país”.


Estarreja continua a reclamar o projeto do Baixo Vouga Lagunar

Constitui uma das maiores preocupações do Município de Estarreja e foi trazida à tona pelo Presidente da Câmara. Dirigindo-se ao representante do Governo, o autarca estarrejense sublinhou, no seu discurso, que a “valorização deste território, na dinâmica Homem-Natureza, passa, também, por viabilizar a agricultura para preservar o ambiente. Para tal, é imperioso garantir a execução do projeto de desenvolvimento agrícola do Baixo Vouga, controlando as cheias e impedindo a continuação da invasão da água salgada, que vem desde há demasiado tempo inutilizando solos agrícolas dos mais férteis da Europa”. 
 

E continuou dizendo que “é urgente aproveitar estes recursos como fator de competitividade económica e social, garantindo uma posição de destaque dos produtos endógenos e da sua riqueza, como é o caso do Arroz de Salreu. Só desta forma conseguiremos potenciar e valorizar a marca 'Ria de Aveiro' em toda a região, de forma sustentada no território, como todos pretendemos”.

Em declarações aos jornalistas, o Secretário de Estado do Ambiente admitiu que este é um dos projetos que se aguarda há muito tempo. E adiantou que o projeto do “Baixo Vouga Lagunar terá de ser enquadrado no próximo quadro comunitário de apoio. Terá de ser uma ação que envolverá não só o Ambiente mas a Agricultura e a Indústria. É um projeto complexo mas esperemos que, eventualmente no próximo Quadro Comunitário, possa ver a luz do dia”.

A Região de Aveiro deposita fortes expectativas no próximo QCA. Também Ribau Esteves, presidente da CIRA, espera que novas portas de oportunidade se abram no próximo ano. “Cumprimos e vamos cumprir globalmente o nosso compromisso. E na componente em que isso não foi possível, por múltiplos motivos, temos plena condição de os colocar no Polis II e aproveitarmos as oportunidades dos fundos comunitários do próximo quadro 2014-2020 e prosseguirmos este caminho de qualificação e valorização da Ria de Aveiro”.

Do Governo, o líder regional espera “mais investimento, mais atenção, mais capacidade de gestão para estas forças que são públicas mas que compreendem melhor, por serem residentes na Ria de Aveiro, a gestão deste património que é nacional e europeu”.

De uma forma geral, as intervenções do programa Polis na Ria de Aveiro pretendem “fundamentalmente defender e proteger as margens” face aos perigos que se colocam nos dias de hoje a pessoas e bens. Ao mesmo tempo que está a proteger todos estes locais, a Polis procura aprofundar a “interligação entre a natureza que é lindíssima e que se tornou mais importante e visível”, afirmou a Presidente do Conselho de Administração da Polis Ria de Aveiro, Celina Ramos de Carvalho.

A recuperação dos Cais das Teixugueiras, Nacinho, Tabuada, Bulhas e Ribeira da Aldeia, em Pardilhó, são as obras que se seguem no mapa de intervenções do programa Polis em Estarreja. O Polis da Ria de Aveiro representa um investimento de perto de 4 milhões € em Estarreja, dos quais 25% são suportados pela Câmara Municipal.