Cidades de Carnaval do Centro já têm rede colaborativa

segunda, 04 de dezembro 2017


Aceder a fundos europeus, atrair mais turistas, potenciar a região. Não faltam motivos às cidades do Carnaval para unirem esforços e assim desenvolverem um projeto de cooperação. O primeiro passo foi dado em Estarreja com a constituição da Rede de Cidades de Carnaval da Região Centro. Estarreja, Figueira da Foz, Ovar, Mealhada e Torres Vedras formalizaram esta quarta-feira, no Edifício dos Paços do Concelho, o memorando de entendimento.

O acordo tem como pressupostos a importância da cooperação intermunicipal, a relevância dos eventos para a atratividade e posicionamento dos produtos e dos territórios, o carácter único de cada Carnaval, bem como a oportunidade para a implementação de um produto turístico integrado e para a captação de financiamentos.

Estarreja teve a iniciativa de lançar o desafio que foi muito bem acolhido pelos restantes municípios. “Temos vindo a trabalhar no nosso novo modelo de carnaval e isto surgiu depois de estarmos a discutir a hipótese de avançarmos para captação de financiamento europeu”, explicou o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, Diamantino Sabina. Mas este protocolo de entendimento procurou ir mais longe e aprofundar outras formas de simbiose. “Temos muito mais a aprender uns com os outros, ninguém quer ser concorrente um do outro. Cada um dos carnavais tem as suas próprias bases, a sua própria cultura local, as suas próprias idiossincrasias”. Diamantino Sabina acredita que “esta sinergia trará certamente muitas vantagens para estes 5 carnavais do centro do país”.

Para além da criação da rede, os Municípios têm como objetivos desenvolver e implementar um produto turístico integrado, qualificar a oferta turística da Região Centro e incrementar o aumento do número de visitantes.

A Vereadora da Cultura do Município de Torres Vedras, Ana Umbelino, transmitiu que a autarquia está muito empenhada neste projeto. “Do ponto de vista turístico e, por inerência, económico, consideramos que, com esta rede, teremos uma maior capacidade de nos posicionarmos internacionalmente de forma a atrair turistas para todo este território e aceder a financiamentos europeus. Acreditamos que o trabalho colaborativo e em rede poderá maximizar os esforços que têm vindo a ser desenvolvidos em cada um destes territórios em várias dimensões (cultural, artístico e turístico)”.

Começando por aplaudir a posição de Estarreja, Salvador Malheiro considerou “extraordinária esta iniciativa e em boa hora Estarreja iniciou este caminho. Agora há um percurso a consolidar”. O autarca do concelho vizinho de Ovar afirmou na sessão que “é altura dos carnavais da região centro serem contemplados com verbas de fundos comunitários adstritas ao turismo para que possamos incrementar os nossos carnavais e assim atrair mais gente à região centro”. Ovar associou-se desde a primeira hora “a esta solicitação de Estarreja porque sentimos que todos juntos podemos ter muito mais probabilidades de chegar a bom porto”.

A Mealhada partilha a mesma visão com o seu presidente, Rui Marqueiro, a sublinhar a importância destes eventos para as economias locais e da região. “Estamos expectantes em relação à possibilidade de financiamento de fundos comunitários a esta rede e as estes cinco carnavais”, disse.

Mostrando-se “otimista em relação a este processo”, João Ataíde, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, destacou ainda a vertente da “formação de públicos, uma das matérias do acordo de parceria”, bem como da preservação das tradições e da valorização do património cultural. “O carnaval inevitavelmente é uma tradição, continua a ser uma imanência de ordem popular e esta é uma realidade que tem que ser acompanhada”.

O memorando identifica seis áreas de intervenção: intercâmbio de boas práticas de trabalho e de gestão entre equipas; comunicação regional, nacional e internacional; estudos de públicos e processos de investigação; qualificação e capacitação de agentes; qualificação dos espaços e aquisição de estruturas necessárias; identificação e captação de financiamentos.